Santander também teme a vitória de Lula



 





Santander também teme a vitória de Lula
Banco rebaixa cotação do Brasil, enquanto o ABN, dono do Real, volta atrás e reafirma confiança no País .

O Departamento de análise do Banco Santander em Nova York rebaixou sua recomendação para a compra de papéis da dívida brasileira para neutra, o que representa desaconselhar seus investidores a aplicar recursos no Brasil.

A decisão sobre a revisão foi baseada no clima de pessimismo que afetou o mercado brasileiro após as revisões feitas esta semana pelos bancos Merrill Lynch, Morgan Stanley e ABN Amro, que é proprietário Banco Real no Brasil, que apontaram o crescimento do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas de intenções de voto como motivo para as revisões de recomendações de investimentos no Brasil.

Ontem, o ABN Amro Bank publicou anúncio reafirmando sua confiança na economia brasileira e rebatendo a avaliação pessimista de seus analistas, publicada em relatório, que provocou estragos nos mercados nacionais na quinta-feira. "Nós acreditamos no Brasil e aqui temos feito investimentos importantes", afirma o banco.

O banco holandês reduziu sua recomendação de investimentos devido ao avanço de Lula e da possibilidade de união das esquerdas.

Malan aponta precipitação
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou ontem que houve precipitação das instituições financeiras de olharem com pessimismo a economia brasileira em virtude das pesquisas eleitorais.

A afirmação foi feita durante o lançamento da Associação das Empresas do Recof (Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado), na sede da Motorola, em Jaguariúna (SP).

Malan considerou que o País possui democracia consolidada e que o que é apontado hoje nas pesquisas não é uma definição do quadro eleitoral. O ministro disse ainda o fato de algumas instituições restringirem investimentos não é uma situação tão negativa. Essa seria a posição de apenas alguns investidores.

"Não é correta essa afirmação de que há uma avalanche de avaliações pessimistas sobre o País. Há anos que alguns bancos fazem isso", disse Malan. Ele avaliou positivamente a economia do País e apontou itens positivos como o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), entre outros.

Concordando com as declarações de Malan, quatro bancos estrangeiros – JP Morgan, Dresdner, Lloyds e Barclays – decidiram ontem romper o silêncio e afirmaram publicamente que mantêm a recomendação dos títulos brasileiros.

O JP Morgan manteve sua recomendação para a compra dos títulos da dívida brasileira com o rótulo de "acima do peso de mercado" (overweight).

O relatório do JP Morgan afirma que a queda nos preços dos títulos da dívida do Brasil foi exagerada. Para o banco, o nervosismo que afetou o mercado nos últimos dias deve continuar no curto prazo.

Serra acha que é "equívoco"
O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador José Serra, criticou ontem os relatórios de bancos sobre o aumento do risco do País para investidores. Ele afirmou que a divulgação de recomendações para que seja reduzida a compra de títulos brasileiros é "um equívoco".

"De repente eles ainda acham que a capital do Brasil é Buenos Aires. Pesquisa desse tipo é como dar palpite para a Copa do Mundo", afirmou.

Serra disse ainda "não ter cabimento" incluir pesquisa em avaliação de risco econômico do país a tantos meses da eleição.

Ontem, Serra esteve na residência do presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, e disse acreditar que essas avaliações econômicas não irão interferir no processo eleitoral, embora as considere "perturbadoras e sem fundamento".

Em Ribeirão Preto (SP), o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva criticou a análise feita pelos bancos do risco Brasil, dizendo que se surpreendeu com o destaque que mídia brasileira deu a "relatórios feitos por um cidadão qualquer".

"Inverdades ditas durante o dia receberam mais destaque dos que os desmentidos veiculados pelos donos dos bancos à noite. Não dá para levar a sério declarações como estas", comentou em entrevista coletiva durante sua visita à feira de agronegócios Agrishow, que acontece em Ribeirão Preto.

Questionado sobre qual seria a "resposta do PT às análises", Lula disse que a "melhor resposta seria "o combate da especulação com produção. Qualquer investidor vai procurar pelo Brasil quando houver infra-estrutura para facilitar o escoamento da produção, mão-de-obra altamente qualificada e mercado que realmente consuma, porque tem renda".


Vice para a chapa tucana causa briga
A indicação pelo PMDB do vice para a chapa do candidato José Serra, do PSDB, à Presidência da República, pode provocar racha na aliança. O anúncio do nome escolhido deve ser feito na semana que vem. A tendência no PMDB é indicar o deputado potiguar Henrique Alves para vice do PSDB, mas Serra prefere o senador gaúcho Pedro Simon

O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal, disse ontem que o vice será escolhido pelo PMDB entre os nomes já postos. Nos bastidores, no entanto, circula a informação de que o deputado Henrique Alves já está escolhido para compor a chapa com Serra e o anúncio deverá ser feito na próxima semana.

"É um político experiente, que tem vivência e eu não tenho a menor dúvida de que ele é um bom nome, mas dentro do PMDB há ainda outros que almejam ser vice", disse Aníbal.

Além de Alves, os nomes da deputada Rita Camata (PMDB-ES); do ex-governador Garibaldi Alves (PMDB-RN); do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e do ex-prefeito de Joinville, Luiz Henrique (PMDB-SC), também foram cogitados.

Serra, no entanto, disse ontem, ao deixar a residência do presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo, que ainda não está definido quem será o seu vice. Ele manteve, por pouco mais de mais de um hora, encontro com FHC e Aníbal, mas negou que o assunto do vice tenha sido discutido durante a reunião.


PFL e PSDB fecham acordo em São Paulo
O PFL formalizou ontem uma aliança com o PSDB para as eleições ao governo do Estado de São Paulo, que fica garantida mesmo que o partido tenha decidido não se aliar ao candidato José Serra na disputa para a Presidência.

Além do apoio à candidatura de Geraldo Alckmin para governador, ficou decido que será lançada uma chapa comum para as eleições proporcionais (deputados estaduais e federais) e que o senador Romeu Tuma (PFL) será candidato à reeleição em uma das duas vagas para o Senado Federal.

Falta agora definir o nome do candidato a vice-governador, cadeira que o PSDB se dispõe a oferecer a um dos seus aliados, PFL e PMDB. A outra vaga para candidato a senador, no entanto, deve ser ocupada pelo deputado federal e presidente nacional do PSDB, José Aníbal. Mas a deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro e a ex-secretária da Educação do Estado Rose Neubauer também disputam a cadeira.


Marta aumenta para R$ 35,9 milhões a verba de propaganda da prefeitura
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), aumentou em 55,5% a verba destinada à publicidade para este ano. Com essa decisão, a prefeitura de São Paulo vai contar com um orçamento extra para propaganda da ordem de R$ 35,9 milhões. O orçamento anterior era de R$ 22,5 milhões (um acréscimo de 12,5 milhões).

No ano passado, a verba publicitária da prefeitura de Sâo Paulo foi de R$ 16 milhões, mas por uma determinação da prefeita – que considerou importante a divulgação das realizações da prefeitura – os gastos subiram para R$ 23,1 milhões em 2001.

Segundo o secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, Valdemir Garreta, o aumento da verba publicitária s e deu "pelo direito de o cidadão ser informado". Ele desvinculou o aumento da receita publicitária das proximidades das eleições gerais de 6 de outubro.

"É pura hipocrisia petista. Eles acham que só o governo deles pode destinar recursos para informar à população o que vem fazendo em benefício da cidade", comentou o secretário de Comunicação do Governo do Distrito Federal (GDF), Weligton Moraes.

Moraes achou estranha a atitude da prefeita Marta Suplicy. Ele espera que os partidários da prefeita paulista critiquem a suplementação orçamentária pata propaganda oficial, "da mesma forma como fazem com o governo Roriz". Segundo o secretário de Comunicação do GDF, em São Paulo é um direito o cidadão ser informado e uma obrigação a prefeitura informar. "Mas no DF não é?", questiona o secretário.

De acordo com Moraes, dos R$ 12,5 milhões a mais que a Marta Suplicy terá para publicidade, parte será gasta com a chamada "guerra da educação". O termo foi utilizado em um e-mail encaminhado por um publicitário que presta serviços à prefeitura ao namorado da prefeita, Luis Favre, aumentando as suspeitas de sua influência nas decisões tomadas por ógãos públicos da cidade de São Paulo.

Na mesma mensagem, o publicitário enumera intens de um plano estratégico para a prefeita Marta Suplicy explicar à população mudanças no sistema educacional do município de São Paulo.

Com essa estratégia, a prefeitura gastará mais R$ 2,5 milhões com veiculação em mídia eletrônica (TV e rádio). Em 2001, a prefeitura de São Paulo fez 300 inserções em rádio e 580 em TV.


Cariocas fazem marcha em defesa da maconha
Pela primeira vez no Brasil, ONG promove passeata pela discriminalização da droga.

Defensores da legalização da maconha se reúnem hoje, no Rio de Janeiro, pela primera vez, na marcha promovida anualmente em todo o mundo pela organização não-governamental Cures Not Wars para pedir a descriminalização do uso da droga.

Os organizadores esperam a participação de aproximadamente 500 pessoas. A marcha será feita em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde deverá acontecer um show.

"Não tivemos muito tempo para promover o evento, por isso não esperamos uma grande participação. Mas o importante é que os cariocas marchem pela primeira vez em defesa da descriminalização da maconha", disse a psicóloga portuguesa que organiza a marcha no Rio de Janeiro. Ela pediu para não ser identificada.

A ONG Cure not Wars, com sede em Nova York, pede que a maconha seja considerada uma cura e não um motivo de guerra. Para isso, organiza, desde 1997, a chamada Marcha do Milhão pela Maconha, todo primeiro sábado de maio.

A ONG prevê que 192 cidades de todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos, participem da marcha.


Carta ajuda na hora do emprego
Tão importante quanto o próprio currículo, carta de apresentação pode decidir sorte do candidato .

A cada dia, empresas de todo o País recebem milhares de currículos bem escritos por candidatos dispostos e qualificados em busca de uma oportunidade de trabalho. Então, como diferenciar-se? A carta de apresentação pode ser uma boa chance de destaque na hora de disputar uma vaga no mercado cada vez mais competitivo.

Ela acompanha o currículo enviado quando se disputa uma vaga. Sua função pode ser tanto a de apenas fazer referência à resposta de um anúncio quanto para mostrar um pouco da personalidade do candidato. E é aí que a carta de apresentação faz toda a diferença.

Ao prepararem seus currículos, as pessoas se esquecem desse aliado importante na hora de chamar a atenção do empregador. Se redigida com cuidado, a carta de apresentação pode ser decisiva na primeira etapa de seleção, quando o recrutador começa a agendar entrevistas. Pode evitar que o seu currículo seja jogado no lixo antes de ser lido.

Segundo Solange de Castro, diretora da Insight, empresa especializada em recursos humanos, a carta de apresentação é um item importante para expor os motivos que o candidato tem para ganhar a vaga. Mas Solange faz um alerta: "A carta pode contar ou tirar pontos. Se não for bem escrita, pode anular as chances de entrevista", afirma ela.

Ela acrescenta, ainda, que cada profissional deve escrever a carta de apresentação que combine com o seu estilo e com o perfil da empresa. Outra dica é que o candidato não deve escrever a carta no modelo do currículo, ou seja, como toda carta tem que ser escrita de forma discursiva, diferentemente do currículo que se apresenta em tópicos.

Se houver pontos do currículo que realmente mereçam destaque na carta, eles podem ser mencionados desde que, ao se repetirem, as informações estejam escritas de forma diferente. É muito importante que a carta não se torne redundante, repetitiva.

O cuidado com a ortografia também é fundamental. Especialistas recomendam que se leia a carta o maior número de vezes possível antes de enviá-la, para evitar erros de forma e conteúdo. Deve-se ter certeza de que o texto não confundirá o recrutador. Por isso, é sempre bom oferecer a carta a um amigo que possa dar uma opinião confiável.

Antônia Araújo de Oliveira, por exemplo, pediu a ajuda da irmã na hora de fazer a sua carta de apresentação.

Há um ano em busca de um emprego para auxiliar de cozinha, Antônia, que não completou o 1º grau, seguiu a dica da irmã e decidiu acrescentar a carta no seu currículo. "É uma chance a mais que a gente tem, uma esperança", afirma.

Não confunda com carta de recomendação
A carta de apresentação muitas vezes é confundida com carta de recomendação e isso pode comprometer a conquista da vaga. A primeira é redigida pelo próprio candidato, a vitrine do que você é. Já a carta de recomendação é um documento redigido por pessoas de empresas por onde o candidato já passou ou por conhecidos que o indiquem. Serve como uma referência.

Mas se a carta de recomendação só pode ser usada por quem tem indicação ou experiência anterior, a carta de apresentação é um instrumento importante para qualquer situação.

Por mais que as pessoas ainda a evitem, seja por desconhecimento ou medo de errar, as empresas valorizam currículos que contêm esse diferencial, garantem os especialistas em RH.

Ilma dos Santos Ribeiro, 19 anos, por exemplo, nunca usou a carta de apresentação. Já enviou mais de 20 currículos sem o documento. Ela está à procura de um emprego há um ano e meio e faz parte do universo de pessoas que confundem a carta de apresentação com a de recomendação.

Para ela, a carta de apresentação só seria útil em caso de haver uma indicação para a vaga. "Como não conheço ninguém influente, não vejo necessidade de usá-la", explica Ilma.

A chance nas primeiras linhas
Para atingir bons resultados, o candidato deve redigir a carta de apresentação com assuntos que chamem a atenção e motivem o recrutador a entrar em contato. A primeira linha da carta é muito importante. Esta deve, literalmente, prender a atenção do recrutador, como nos exemplos apresentados abaixo:

"Roubos, fraudes e desfalques precisam ser evitados em todas as empresas."
Profissional da área de auditoria interna procurando emprego com um chamariz alarmante.

"O Citybank foi meu empregador durante 12 anos."
Profissional que trabalhou numa excelente empresa.

"MBA da Fundação Getúlio Vargas, fluência em Inglês, quatro anos de experiência financeira na DuPont e 29 anos de idade, são as principais qualificações que tenho para oferecer."
Profissional com qualificações desejadas pelos empregadores.

"Durante 16 anos fui presidente da Worthington. Não quero mais ser presidente. Quero ser seu diretor de vendas."
Profissional com 62 anos que não tinha condições de conseguir ma is um cargo de presidente.

"Uma carteira de cobrança com menos de 10 dias úteis de faturamento é o principal resultado que consegui em meu trabalho."
Gerente de cobrança procurando emprego.

"Sua empresa tem problemas de controle de qualidade?"
Gerente de controle de qualidade procurando emprego.

"Venda de bens de capital é a minha especialidade."
Vendedor procurando emprego.

"Clientes de 22 países estão usando produtos que eu vendi."
Profissional da área de comércio exterior.

"Após quatro anos trabalhando em Nova York estou de volta ao Brasil procurando uma nova colocação."
Diretor de carteira de câmbio de banco procurando novo trabalho.

"Editoração de textos, redes locais e profundo conhecimento de banco de dados em microcomputadores são algumas de minhas experiências."
Gerente de CPD em busca de colocação.

"520 operários estão sob meu comando na fabricação de máquinas de costura."
Profissional de indústria procurando emprego.


Artigos

Uma vaga para o Brasil
Igor Germano

Uma das prioridades da política externa brasileira é conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Atualmente, o órgão é composto por 15 países, mas dez deles ocupam vagas rotativas. Os outros cinco (EUA, China, Rússia, Reino Unido e França), além de ter o privilégio de um assento permanente, detêm o poder de vetar resoluções.

Não por coincidência, esses cinco países foram as potências vencedores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O problema é que, mais de 50 anos depois, o órgão das Nações Unidas responsável pela manutenção da paz e da ordem internacional continua mal das pernas.

Parte de sua fraqueza pode ser atribuída a fatores históricos. A Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética separou o mundo em dois grandes blocos rivais. Por causa disso, a República Popular da China, comunista, só pode ocupar seu devido assento em 1971. Ao mesmo tempo, como não havia consenso sobre absolutamente nenhum tema, o poder de veto era usado para paralisar qualquer iniciativa na área de segurança.

Outra explicação para o fracasso do Conselho é a dificuldade de os países abrirem mão de seu poder na política mundial em nome de um esforço conjunto pela paz. Finalmente, existe a crítica de que a estrutura do órgão congelou um quadro de poder que não reflete mais a realidade das relações internacionais.

Por exemplo, desde o fim da Segunda Guerra, a Alemanha foi reconstruída e reunificada, tornando-se uma das maiores potências mundiais na área econômica. A Rússia, com suas armas atômicas, ainda é uma potência militar, mas já vinha perdendo força econômica anos antes do fim da União Soviética.

É na crítica ao congelamento de uma velha estrutura de poder que o Brasil concentra seus argumentos para reivindicar uma vaga permanente no Conselho. Ao seu lado estão países ricos, com muita bala na agulha, como a Alemanha, países que tentam manter sua esfera de influência, como a Rússia, e primos pobres, ou "emergentes", como África do Sul e Índia.

Dentro da proposta de reforma do órgão, a Rússia já se posicionou a favor de uma vaga para o Brasil. A Alemanha, que também quer sua cadeira cativa. Podemos soltar rojões? Em termos do teatro diplomático, já é alguma coisa. Mas ainda falta muito.

Primeiro, é preciso que os atuais membros permanentes aceitem a reforma do órgão – principalmente, os Estados Unidos, de longe a maior potência atual. Segundo, o Brasil precisa convencer outros países (inclusive a Argentina) de que tem a importância necessária para ocupar uma vaga permanente. É tudo uma questão de poder. O problema é que, nesse jogo, o buraco é sempre mais embaixo.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Globo faz "queima" de TVs
Estão à venda as participações acionárias majoritárias da Globo em diversas emissoras, sobretudo no interior.

O objetivo é arrecadar meio bilhão de reais, no pacote. A Globo vai vender, por exemplo, 90% das TVs de Sorocaba, São José dos Campos, Bauru, São José do Rio Preto, todas em São Paulo, a preços entre R$ 35 e 40 milhões, cada. Em Minas, as TVs de Juiz de Fora (R$ 15 milhões) e Montes Claros (R$ 10 milhões).

Vão-se os anéis
Segundo um alto executivo da Globo, que mostrou um relatório reservado à coluna, no Rio devem ser vendidas as retransmissoras de Nova Friburgo (R$ 10 milhões) e Cabo Frio (R$ 9,5 milhões), assim como os 40% que o grupo detém, em São Paulo, nas repetidoras de Presidente Prudente (R$ 8 milhões), Mogi das Cruzes (R$ 12 milhões) e Santos (R$ 22 milhões).

Nenhuma afinidade
Grandes bancos e corretoras continuam rebaixando o Brasil diante da possibilidade da eleição do candidato do PT. Ou seja: de um lado Lula, que jamais ganhou, e do outro os bancos, que nunca pararam de ganhar.

Pensando bem...
...os bancos estrangeiros mandam tanto, que não teremos urnas, mas caixas eletrônicos nas eleições.

I want you
Depois de dona Merrill Lynch e seu vice, Morgan Stanley, entra agora na disputa presidencial brasileira o senhor J. P. Morgan.

O ouro de Moscou
O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, e o comandante do Exército, general Gleuber Vieira, estiveram em Moscou na terceira semana de abril para tratar de um amplo acordo envolvendo material bélico terrestre. E, claro, aproveitaram para dar uma olhada nos caças russos Sukhoi Su-35, que o Brasil deve adquirir, no bojo do programa FX-Br, da FAB.

Primeiro as damas
Se algum partido político chamar para a sucessão presidencial Maria Silvia Bastos, ex-CSN, as mulheres voltam ao páreo. Depois da queda de Roseana, a dama de ouros, teríamos a dama de aço.

Raspando o tacho
Um conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia, Filemon Matos, não tem medo da cara feia de ACM. No exame das contas de 2001 do ex-governador César Borges, ele encontrou irregularidades cabeludas na área de publicidade. O governo torrou milhões na promoção pessoal de Borges e ACM. E destinou 70% da verba às TVs, ao jornal e às rádios de ACM.

Vice Maria...
A confusão nos partidos é tão grande, para a escolha de vice-presidente, que a gente acaba chegando a uma conclusão: o único brasileiro que tem perfil de vice é Marco Amaciel.

Conspiração tucana
Anthony Garotinho (PSB) anda desconfiado que já está em segundo lugar, e com razão. Após uma enxurrada de pesquisas de todos os institutos, ficou combinado que haveria uma "trégua" de duas semanas, e que novo levantamento somente seria realizado após 6 de maio. Por quê? Ora, que coincidência: é a data do programa do PSDB de José Serra, na TV.

Recruta Fernandes
A senadora gaúcha Emília Fernandes (PT) também está no páreo para ser vice de Lula, como a colega Heloísa Helena (AL). Emília desconversa, mas pronunciou aquela frase própria de quem está louca pelo convite:

– Sou um soldado do partido.

Novidade explosiva
Os palestinos devem ter adorado essa novidade dos ratinhos de controle remoto. Já imaginaram, um rato-bomba?

Dupla sonora
Se Rita Camata for mesmo a vice de Serra, como já se disse por aí, há o risco de chatear por ser a dupla "Serra Irrita". Mas o movimento ecológico deve gostar do encontro de Serra Camata...

Democracia desigual
Servidores que tiveram reajuste suspenso pela governadora do Rio, Benedita da Silva, denunciam o privilégio da Fundação Theatro Municipal, com aumento salarial, até 127,24%. Citam a bailarina Cecília Kerche, e lembram que muitos só aparecem para receber. Querem justiça, não intriga.

Família de artistas
A se confirmar a candidatura de Silvio Santos, uma família ficaria pode rosa. Marta já é prefeita, Eduardo pode ser vice de Lula e Supla vice de Silvio.

Caro$ colegas
O deputado Wanderley Martins (PSB-RJ) está arrumando sarna para se reeleger. Na CPI que investiga irregularidades na Prefeitura de São Gonçalo vem acertando as contas com adversários, que não esquecem a fita onde aparece com um traficante de Niterói. Inocentado no processo, é acusado de proteger o vereador Ricardo Castor (PMDB), afastado ontem do partido.

Poder sem pudor
Saia justa em Blumenau
Na ânsia de agradar os juízes, o governador Esperidião Amin (SC) cometeu uma gafe, ontem, em discurso no Congresso Nacional dos Magistrados Trabalhistas, em Blumenau. Ele citou um julgamento envolvendo o estado:

– Estava perdendo o julgamento e mandei uma cartinha para os juízes. A cartinha acabou ajudando os juízes a decidirem a nosso favor.

– Não recebi cartinha nenhuma! – retrucou depois, irritado, o presidente do TST, ministro Francisco Fausto – juiz não recebe cartinha de ninguém!

Na verdade, os procuradores catarinenses enviaram aos juízes um memorial, documento de praxe utilizado em qualquer julgamento.


Editorial

SEMENTE DO CRIME

A prostituição não é ilegal nem pode ser reprimida pela polícia. Mas traz consigo uma grande variedade de crimes e contravenções, que tornam as áreas de circulação das prostitutas desagradáveis e perigosas para a população.

A pessoa que vai atrás da prostituição geralmente o faz sob efeito de álcool. Nada mais lógico do que traficantes circulando pelo local, na busca de possíveis consumidores. Isso transforma toda a região em reduto de crimes.

As próprias moças precisam de uma estrutura que as defenda, geralmente formada por homens, a quem pagam parte de seu sustento. Outro ambiente ideal para proliferação de crimes, com formação de quadrilhas, instrumentos de coação e armas de porte ilegal.

É um ciclo perverso, onde o crime se realimenta. Pior para os comerciantes e donos de imóveis nos locais escolhidos, que vêem seu patrimônio despencar de valor, como se vê agora no centro de Taguatinga e em outras cidades do Distrito Federal.

O poder público tem a obrigação de agir nesses casos. Se não pode reprimir prostitutas e travestis, que investigue o comércio de drogas e principalmente os agenciadores das moças, conhecidos como cafetões.

Agenciar as moças é crime, ainda mais porque muitas delas são menores. A população pede ajuda da polícia.


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05/04/2002


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