São Paulo recebe a primeira Caravana da Anistia de 2011
O Ministério da Justiça realiza nesta sexta-feira (18), em São Paulo, a 48ª Caravana da Anistia, a primeira do ano de 2011. O evento marca a abertura das comemorações dos três anos das caravanas, projeto da Comissão de Anistia que tem como objetivo julgar os fatos ocorridos durante o regime militar (1964-1985) nos locais onde eles ocorreram, além de divulgar a história para os mais jovens. Também serão celebrados os dez anos da própria Comissão de Anistia.
A caravana em São Paulo julgará os processos de ex-perseguidos políticos ligados à área da educação: Maria Aparecida Antunes Horta, Denise Maria de Moraes Santana Fon, Elza Ferreira Lobo e Emílio Borsari Assirati. Até dezembro de 2010, mais de 15 mil pessoas acompanharam as 47 edições do projeto. Cerca de mil requerimentos foram julgados durante as sessões.
A atividade desta sexta acontecerá em um local simbólico, já que o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA), fundado em 1965, é um marco cultural para São Paulo e para o País. Durante a ditadura, o teatro foi sede de importantes manifestações políticas. Em setembro de 1977, sofreu violenta invasão por parte do regime militar, quando mil estudantes que buscavam rearticular a União Nacional dos Estudantes (UNE) foram presos. O teatro guarda até hoje marcas da invasão, conservadas durante as obras de restauração.
Símbolo de Cidadania
Durante a sessão desta sexta, será apresentado o novo símbolo das Caravanas da Anistia. O antigo, a Bandeira das Liberdades Democráticas, que por onde passou recebeu um pedaço de pano com o slogan das entidades parceiras, formando assim uma grande bandeira democrática em prol dos direitos humanos, foi simbolicamente entregue no ano passado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A bandeira ficará em exibição pública no Memorial da Anistia Política do Brasil, assim que o espaço for inaugurado em Belo Horizonte (MG).
Também será lançado o projeto Marcas da Memória, com a abertura da exposição Sala Escura da Tortura, organizada pelo Instituto Frei Tito Alencar (CE). A sala escura é uma iniciativa crítica e de denúncia elaborada durante a década de 1970, composta por seis grandes painéis gráficos ilustrando práticas de tortura empregadas no Brasil durante a ditadura. Concebida a partir dos relatos de Frei Tito durante seu exílio na França, foi exposta pela primeira vez no Museu de Arte Moderna de Paris, em 1977, como forma de dar visibilidade aos crimes contra a humanidade que vinham sendo praticados pelas ditaduras da América do Sul.
A exposição será instalada na sala Visconde de São Leopoldo, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da USP, e ficará aberta ao público nos dias 18 e 19 de maio. O projeto Marcas da Memória seleciona propostas de entidades sociais de todo o Brasil voltadas para a realização de eventos culturais que contribuam para o resgate da memória dos anos de repressão no país.
Fonte:
Ministério da Justiça
17/03/2011 20:46
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