Sarney: acordo de líderes garante tramitação da DRU e do aumento de recursos para a saúde



Matéria corrigida em 02/12/2011 às 11h58

VEJA MAIS

O presidente do Senado, José Sarney, avaliou como assunto superado o episódio da antecipação do processo regimental de votação do projeto de regulamentação da Emenda 29, que define a destinação de recursos para a área da saúde. Ao deixar a Casa no início da tarde desta quinta-feira (1º), Sarney considerou que o acordo de líderes, fechado na véspera, equacionou a questão.

- É assunto ultrapassado: está entregue ao acordo de lideranças e nós vamos cumprir - disse o presidente.

O governo não quer votar a matéria para evitar a ampliação, já em 2012, dos gastos com saúde para 10% das receitas brutas. Com o anúncio da votação, a proposta não poderia mais sair da pauta, a não ser por consenso entre os líderes. Para isso, o governo aceitou negociar a agenda de tramitação da proposta de emenda constitucional que trata da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a PEC 114/11, que precisa ser votada até o fim do ano.

Por consenso, a solução foi contar as sessões de tramitação da DRU a partir desta sexta-feira (2), como queria a oposição, levando o início da votação para a próxima quinta-feira (8). É um dia em que os parlamentares já começam a voltar a seus estados e que, portanto, exigirá maior articulação da base governista para conseguir o quórum.

Pouco antes, os governistas haviam aprovado requerimento que permitiria a votação da PEC da DRU, em primeiro turno, na quarta-feira (7).

Os oposicionistas concordaram ainda em garantir prazo até terça (6) para que o governo apresente uma solução para a regulamentação da Emenda 29. Se a resposta for bem avaliada, em troca a oposição apoiaria a DRU, sem obstrução.

Substitutivo

A regulamentação da Emenda 29 será examinada com base no substitutivo

aprovado pela Câmara dos Deputados, em setembro, a projeto de lei do ex-senador Tião Viana (PLS 121/07 - Complementar).

O texto aprovado no Senado estabelece percentual mínimo de 10% das receitas da União para as ações e serviços públicos de saúde. A Câmara, no entanto, como principal mudança, sugeriu que a União aplique anualmente o valor empenhado no ano anterior acrescido de, no mínimo, percentual correspondente à variação do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período.

A opção adotada pelos deputados corresponde à mesma regra que vem sendo aplicada desde 2000, na ausência da regulamentação, e que foi instituída nas disposições transitórias da própria Emenda 29. O Senado pode, no entanto, suprimir esse ponto do substitutivo e restaurar o texto do projeto de Tião Viana, hipótese que desagrada o governo.

Entidades da área da saúde estimam que, com a vinculação de 10% das receitas da União para a saúde, o governo terá que destinar ao Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de R$ 32 bilhões a mais.

Os percentuais já aplicados a estados e municípios serão mantidos em, respectivamente, 12% e 15%. Porém, os recursos poderão aumentar em decorrência de outra medida na proposta de regulamentação: a definição sobre os gastos que podem ser considerados efetivamente de saúde, para evitar que o dinheiro seja usado para outras finalidades, como saneamento básico e custeio de planos de saúde dos servidores estaduais.



01/12/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sarney espera para breve acordo sobre tramitação de MPs e divisão de royalties

Acordo de líderes garante votação do projeto da Uergs

Senadores anunciam acordo de líderes para votar aumento de 7,7% para aposentados

Acordo garante recursos para o meio ambiente

Sarney: sessão do Congresso para exame de veto depende de acordo entre os líderes partidários

PLENÁRIO DISCUTE PEC QUE GARANTE RECURSOS PARA A SAÚDE