Sarney adverte que processo rápido não assegura ampla defesa a Lugo



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Ao comentar a crise no Paraguai, onde o presidente Fernando Lugo tenta se defender de um processo de impeachment que pode ser decidido já nesta sexta-feira (22), o presidente do Senado, José Sarney, declarou em entrevista a jornalistas, ao chegar ao Senado, que “pela celeridade com que o processo vem sendo conduzido, não se pode assegurar a ele o amplo direito de defesa”.

A decisão de julgar o presidente paraguaio se deu após um conflito entre policiais e camponeses ocorrido na semana passada que deixou mais de 15 mortos e foi  aprovada rapidamente na quinta-feira (21) pela Câmara dos Deputados daquele país, por 76 votos. Dos 80 parlamentares, um apoiou o presidente e três se abstiveram.

Nesta sexta, Fernando Lugo terá duas horas para se defender perante o Senado paraguaio que, em seguida, deverá decidir, em duas sessões, se ele continua no cargo. A oposição também é maioria naquela Casa. Lugo ainda aguarda decisão sobre a ação de inconstitucionalidade que apresentou à Suprema Corte de Justiça para suspender o julgamento político.

O presidente José Sarney lembrou a forma como aconteceu o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor.

– Nós tivemos [um processo de impeachment] no Brasil. Nós seguimos todo o rito que a lei determinava e o processo levou bastante tempo para ser concluído – destacou.

Sarney considera a situação no Paraguai “péssima para a América do Sul”.

- E a preocupação não é de agora, pois já existem alguns países com práticas que não são comuns em uma democracia. O caso paraguaio indica que alguma coisa está errada – afirmou.

Questionado sobre a postura que deveria ser adotada pelo Brasil, ele respondeu que o país deve defender os princípios democráticos estabelecidos na fundação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). José Sarney observou que, inicialmente, o Paraguai não foi aceito nesse bloco porque na época era governado por uma ditadura.



22/06/2012

Agência Senado


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