Sarney apóia decisão de Lula de perdoar dívida de Moçambique para com o Brasil



O presidente do Senado, José Sarney, apoiou nesta quarta-feira (1) a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de perdoar a dívida do governo de Moçambique com o Brasil, logo após receber o presidente daquele país, Joaquim Alberto Chissano, e sua comitiva, no Salão Nobre da Casa. Pelo acordo, parte dos recursos de que o Brasil abre mão serão aplicados no combate à AIDS e outras ações de fundo social em Moçambique. Sarney elogiou a solução e ressaltou que a posição do governo é uma demonstração de que o Brasil tem consciência de seus deveres para com as nações africanas, pela contribuição que elas deram à formação do país.
- A África é um continente à margem do progresso mundial, porque os países ricos não estão interessados no seu desenvolvimento, mas o Brasil tem que estar. Somos o maior país mestiço do mundo e temos uma população negra muito grande, nossa cultura popular tem origens africanas – disse. O presidente moçambicano afirmou que o perdão da dívida pelo governo brasileiro “tem um significado político muito importante para os países pobres e a correção dos desequilíbrios do processo de globalização; é um chamamento para que outros países acertem essas dívidas permitindo aos países subdesenvolvidos iniciar uma nova era”. Chissano informou que há múltiplas possibilidades de investimentos brasileiros em seu país, especialmente nas áreas de agricultura, agroindústria e mineração, tendo ressaltado o interesse da Companhia Vale do Rio Doce pela prospecção de carvão como um fato promissor para o relacionamento econômico bilateral.

Os senadores Cristovam Buarque (PT-DF), Fernando Bezerra (PTB-RN), Edison Lobão (PFL-MA) e João Ribeiro (PFL-TO) acompanharam o encontro entre Sarney e Chissano. Também estavam presentes a embaixadora do Brasil em Maputo, Leda Lúcia Camargo, o embaixador moçambicano em Brasília, Amadeu da Conceição, e os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Leonardo Santos Simão; da Defesa, Segurança e Interior, Almerino da Cruz Manhenje; o diretor nacional do Protocolo, Alberto Mavarengue; e o secretário particular de Chissano, Elias Zimba.



01/09/2004

Agência Senado


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