Sarney diz que CPI do Banestado exagerou na quebra de sigilos
O presidente do Senado, José Sarney, afirmou nesta segunda-feira (9) que não pode interferir no trabalho das comissões parlamentares de inquérito instaladas no Senado, mas comentou que a CPI do Banestado exagerou ao quebrar o sigilo bancário e fiscal de tantos investigados. – Eu não posso, como presidente da Casa, interferir nos trabalhos das comissões. Mas na realidade acho que há um certo exagero em se aprovar 1.400 pedidos de quebra de sigilo bancário. Acho que até materialmente é impossível que isso possa ser feito dentro do prazo estabelecido para a comissão. Sarney falou ao sair do Plenário, quando jornalistas o questionaram sobre a possibilidade de ter havido vazamento de informações da CPI do Banestado, criada para investigar a evasão de divisas por meios de contas CC-5. - Essa pergunta deve ser feita ao presidente da comissão e ao relator - respondeu o presidente do Senado. Os repórteres também fizeram perguntas sobre o Conselho Federal de Jornalismo, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deseja criar para orientar, disciplinar e fiscalizar a atividade jornalística. - Excessos todos nós cometemos. A imprensa pode cometer excessos, mesmo porque, até os excessos que a imprensa comete, o tempo consegue corrigir - respondeu Sarney. O presidente do Senado voltou ainda a afirmar que se reunirá, nesta terça-feira (10), com as lideranças partidárias para definir como encaminhar as votações dos próximos dias. Ele avaliou que as matérias divulgadas pela imprensa contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não serão capazes de dificultar essas votações, visto que são itens sem grande potencial polêmico. Sarney disse também que a reforma do Judiciário dever ter prioridade para votação, uma vez que seu texto básico já está votado, faltando agora serem decididos os destaques para votação em separado.
09/08/2004
Agência Senado
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