Sarney faz homenagem emocionada a Drummond
Ao imprimir um toque pessoal e emocionado à homenagem a Carlos Drummond de Andrade, o senador José Sarney (PMDB-AP) remexeu o baú das memórias para expressar sua admiração pelo poeta mineiro. Relembrando seu primeiro contato com o escritor no Rio de Janeiro, no final dos anos 40, Sarney disse ter entrado no local do encontro -como se entrasse em uma igreja- e conversado com ele -como se conversa com um santo no altar-.
-Saí dessa conversa cheio de graça-, comentou à época com o escritor maranhense Josué Montello, que o apresentou a Drummond, conforme relatou nesta quinta-feira (31) em Plenário. Com 17 anos de idade nesse tempo, Sarney já havia dado os primeiros passos na vida literária e se tornado -leitor e devoto- da obra poética de Carlos Drummond de Andrade. Uma poesia, aliás, -livre de adjetivo-, cujo manejo das palavras propicia a -transfiguração das coisas na sua eternidade-, ressaltou.
Além de assinalar a -extraordinária grandeza intelectual-de Drummond, o senador pelo Amapá ressaltou -a compreensão humana- presente em sua alma. E revelou um ponto de identidade entre os dois: a paixão nutrida pelas respectivas filhas. -Sua filha, Maria Julieta, era a concretude de sua criação-, afirmou. Sarney encerrou seu discurso, elogiando a sensibilidade do Senado de -colocar uma estátua à poesia-.
31/10/2002
Agência Senado
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