Drummond fala de Drummond
-Declaro que nasci em Itabira, Minas Gerais, no ano de 1902, filho de pais burgueses, que me criaram no temor de Deus. Ao sair do grupo escolar, tomei parte da guerra européia (pesa-me dizê-lo) ao lado dos alemães. Quando o primeiro navio mercante brasileiro foi torpedeado, tive que retificar a minha posição. A esse tempo já conhecia os padres alemães do Verbo Divino (rápida passagem pelo Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte). Dois anos em Friburgo, com os jesuítas. Primeiro aluno da classe, é verdade que mais velho que a maioria dos colegas, comportava-me como um anjo, tinha saudades da família, e todos os outros bons sentimentos, mas expulsaram-me por "insubordinação mental".-
Tião Viana, que também foi o autor do parecer ao projeto de lei da Câmara dos Deputados que estabeleceu 2002 como o Ano Carlos Drummond de Andrade, invocou a homenagem que o poeta fez ao fundador do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes, em 1945. Disse que a utopia a que Drummond se referiu está viva e está deixando de sê-lo no Brasil, nesse terceiro milênio. O senador relacionou-a com o momento político atual, com a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. -Há um Brasil novo nascendo-, ressaltou Tião Viana, que leu ainda, da tribuna, algumas poesias de Drummond e citou homenagens ao poeta como a realizada pela escola de samba da Mangueira, em 1987.
31/10/2002
Agência Senado
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