REQUIÃO DIZ QUE PADILHA TENTA ALICIAR DIRETÓRIOS DO PMDB
De acordo com o parlamentar, o estatuto do PMDB prevê a convocação da convenção nacional partidária, a partir da solicitação por pelo menos nove diretórios estaduais. "Já tínhamos as assinaturas necessárias, com a adesão, por unanimidade, do diretório do Acre; mas o diretório acreano retirou essa assinatura, igualmente por unanimidade, depois da nomeação de uma deputada estadual para a superintendência do Incra no estado", observou o senador paranaense.
Requião disse não poder afirmar que haveria "nexo" entre esses dois fatos. Mas revelou confidência recebida de um dirigente de diretório estadual do partido, que em contato com o ministro dos Transportes afirmou ter ouvido de Eliseu Padilha a intenção de "usar alguns empregos para levar os diretórios do Tocantins, Alagoas e Rondônia a retirarem suas assinaturas do pedido de convocação da convenção partidária".
- Isso é corrupção - destacou o parlamentar, que anunciou uma "investigação" em torno do fato e a intenção de levar o caso à presidência do partido, a seu Conselho de Ética e até ao Ministério Público Federal.
O senador disse ser "inaceitável e ofensivo que o ministro tente comprar essas retiradas de assinaturas". Ele previu que o grupo de peemedebistas empenhados em convocar a convenção nacional para rediscutir o apoio do partido ao governo deverá recuperar as nove assinaturas, com a adesão do diretório de Santa Catarina. Requião observou que o PMDB catarinense decidiu solicitar "o rompimento do partido com o governo, depois de promover um plebiscito em que a proposta recebeu 90 por cento de apoio". E disse não saber por que o presidente do diretório, senador Casildo Maldaner, ainda não assinou o requerimento.
De acordo com o senador Roberto Requião, a intenção dos defensores da convocação da convenção nacional partidária é "rediscutir o apoio mecânico do partido a esse governo que vende e desnacionaliza o país". No entender do parlamentar, essa ação do ministro dos Transportes, que é peemedebista, está coerente com um governo que "já comprou a reeleição e a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União)", mecanismo que veio substituir o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), na administração do orçamento federal.
28/01/2000
Agência Senado
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