Sarney: PEC das MPs poderia evitar recurso da oposição ao STF



O presidente do Senado, José Sarney, voltou a criticar a demora na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de sua autoria que altera o rito das medidas provisórias. Ele afirmou, nesta quinta-feira (5), que se a medida estivesse em vigor poderiam ser evitados problemas como o ocorrido nesta quarta-feira (4), em que senadores da oposição deixaram o Plenário antes da votação do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 9/11, em protesto contra os "penduricalhos" incluídos no texto.

VEJA MAIS

O PLV 9/11, oriundo da Medida Provisória 513/10, trata da ajuda a estados atingidos por desastres naturais. No entanto, o texto provocou polêmica por incluir diversos outros assuntos, como parcerias público-privadas e ajuda para o Haiti.

Os partidos de oposição alegam que a inclusão de assuntos diferentes em uma mesma medida provisória é inconstitucional e avisaram que vão entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a medida no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Sarney, a discussão sobre a inclusão de "penduricalhos" é muito complexa, mas o problema seria atenuado se o prazo para exame no Senado fosse definido.

- No momento, o que nós necessitamos é que o Senado possa examinar as medidas provisórias com mais profundidade para evitar o que nós tivemos ontem na Casa, em que a oposição se recusou a votar a medida porque não havia prazo para conhecê-la.

Atualmente, o Congresso tem 120 dias para votar a medida provisória, mas a Constituição não estabelece um prazo máximo para que o texto fique na Câmara, onde as MPs começam a tramitar. Na maioria dos casos, o texto chega para análise do Senado às vésperas de perder a validade.

- Esse primeiro passo que foi acordado, de nós dividirmos os prazos entre a Câmara e o Senado, já possibilita o Senado rever essa medidas, estudá-las mais. A nossa Casa já esta reclamando e com razão demais desse fato. Lamento que a Comissão de Constituição e Justiça não tenha ainda dado continuidade à emenda - disse.

Sarney deu a declaração à imprensa após abertura de workshop realizado pelo PMDB na Câmara dos Deputados.

Ao chegar para o evento, o vice-presidente da República, Michel Temer, também criticou a inclusão de temas "estanhos" às MPs.

- Quando fui presidente da Câmara, não permitia que as emendas que fossem estranhas ao texto entrassem na MP. O que não é possível é propor emendas fora do contexto, com quatro ou cinco assuntos diferentes - disse.

Ficha Limpa 

Ao ser questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar o registro da candidatura ao Senado do ex-governador da Paraíba Cássio Cunha Lima (PSDB), que havia sido barrado pela Lei da Ficha Limpa , Sarney disse que a determinação precisa ser cumprida.

Com a decisão do ministro do STF Joaquim Barbosa, Cunha Lima pode ser diplomado e, posteriormente, assumir a vaga no Senado.

- Decisão judicial a gente só tem uma posição: é cumprir - afirmou Sarney.



05/05/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Casildo Maldaner: investimento em energia eólica e solar poderia evitar crise energética

CCJ analisa agora recurso para evitar convocação de Dilma Rousseff

CCJ rejeita recurso da oposição para anular sessão

Presidente da CCJ dá como aprovado financiamento público de campanha e oposição anuncia recurso

Oposição obstrui votações enquanto Lula não vetar repasse de recurso em período eleitoral

Protocolado recurso pelo desarquivamento de ações contra Sarney