Sarney recebe vítimas da violência do Rio de Janeiro



O presidente do Senado, José Sarney, recebeu nesta quarta-feira (17) mulheres representantes do Movimento Nacional das Vítimas da Violência, que lhe pediram providências efetivas para a redução desse flagelo no país, a começar pela cidade do Rio de Janeiro, descrita por elas como em verdadeiro estado de guerra civil.

Eristéia Azevedo, que perdeu o filho na chacina do Maracanã, e Iracilda Toledo, que perdeu o marido na chacina de Vigário Geral, narraram a Sarney o desespero que os moradores de suas comunidades vivem em sua rotina diária.

- É preciso mudar o jeito com que os policiais agem dentro das comunidades. Não estamos querendo que eles não entrem, só queremos nos respeitem e nos mantenham vivos - disse Eristéia.

O grupo de mulheres pediu a Sarney que entre em contato com o governo do Rio de Janeiro para pedir que a polícia mude seus métodos de trabalho.

- O presidente Sarney nos ouviu, disse que vai levar isso a Plenário e que vai falar com os governantes do Rio para mudar essa situação - disse Iracilda.

Elas também disseram que, em razão da violência, estão morrendo quase 20 jovens por dia no Rio de Janeiro.

As mulheres disseram integrar comitiva representante das vítimas dos casos violentos de maior repercussão no país, como Vítimas de Vigário Geral, Mães de Acari, Chacina da Candelária, Comunidades do Pavão Pavãozinho, Rocinha, Cantagalo, Borel, Turano e Beira Mar.

No documento, elas dizem compreender que o Brasil "vive um momento de extrema fragilidade política" e reconhecem que os senadores se ocupam de assuntos da maior importância, mas alertam que "a situação dessas vítimas é de impotência total diante da falta de controle da violência e das leis que garantem impunidade para quem gera esse drama".

Numa iniciativa coordenada por Cristina Leonardo, do Centro Brasileiro de Direitos Humanos, o documento do Movimento Nacional das Vítimas da Violência manifestou apoio ao projeto de Reforma do Judiciário e pediu: "Congresso Nacional, olhai por nós".



17/03/2004

Agência Senado


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