Sarney registra centenário de morte de Quintino Bocaiúva



O senador José Sarney (PMDB-AP) registrou, em discurso nesta segunda-feira (20), a passagem dos 100 anos da morte de Quintino Bocaiúva, ocorrida no dia 11 de junho de 1912. Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiúva, nascido em 1836, foi um jornalista e político brasileiro, conhecido por sua atuação no processo da Proclamação da República. Com a lembrança, Sarney declarou-se empenhado em “não deixar cair no esquecimento o nome de grandes homens que fizeram história na política e literatura”.

- Foi ele o doutrinador, que tomou parte em todos os momentos mais difíceis nas campanhas que foram feitas em favor da República – afirmou.

Sarney fez um relato da vida do político, nascido em 4 de dezembro de 1836. Na juventude, Quintino Bocaiúva foi escritor. Três anos mais velho que Machado de Assis (1839-1908), com ele compartilhou muitas vezes as colunas e redações de jornais. Seu nome, inclusive, é citado por Machado de Assis na crônica “O Velho Senado”.

Estudou Direito, publicou uma coletânea de livros de autores brasileiros, dedicou-se à poesia e ao teatro e fez até traduções, mas sua prosa jornalística foi o que o tornou conhecido e admirado. Foi também agente de imigração nos Estados Unidos, ligado aos liberais, defensor da Tríplice Aliança e apoiador da Guerra do Paraguai. Passou a defender a República, chegando até mesmo a fundar o primeiro Clube Republicano. Fundou e editou também o jornal “A República”, que em seu primeiro número trouxe o Manifesto Republicano, um forte panfleto político. Ao lado da campanha republicana, e sempre trabalhando como jornalista, foi defensor do abolicionismo.

A causa da República foi reforçada pelos militares na mesma época em que Quintino Bocaiúva foi eleito presidente do Partido Republicano Brasileiro. Apoiou Deodoro da Fonseca (1827-1892) contra a monarquia. Como chefe do Partido Republicano, redigiu, junto com Ruy Barbosa (1849-1923), Benjamin Constant (1833-1891) e Francisco Glicério (1846-1916), os primeiros atos do chefe do Governo Provisório, inclusive o Decreto n° 1, que estabelece como forma de governo a República Federativa. Foi escolhido Ministro das Relações Exteriores.

Eleito várias vezes para o Senado, Quintino Bocaiúva chegou a ser presidente do estado do Rio de Janeiro e seu nome foi até cogitado para ser presidente da República. Morreu pobre, disse Sarney.

- Quintino Bocaiúva, um dos grandes homens deste país, um grande idealista, um homem que lutou pelos seus princípios. Manteve-se numa austeridade, numa fidelidade aos seus princípios até a morte. Morre pobre, mas rico das ideias e da biografia que ele deixou para este país como exemplo para todos nós – declarou Sarney.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu que o Senado realize uma sessão especial em homenagem ao escritor e político, e elogiou o discurso de Sarney, o qual considerou uma “verdadeira aula”.



20/08/2012

Agência Senado


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