Saturnino diz que paralisia é induzida e vai levar ao crescimento sustentado



O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) disse nesta terça-feira (1º) que a economia brasileira está, sim, paralisada, mas garantiu que é uma paralisia induzida por decisões políticas, como aumento das taxas de juros e outros artifícios, para o combate à inflação, a redução das importações e a geração de saldos comerciais gigantescos.

- Terminamos um semestre com saldo comercial superior a US$ 10 bilhões e sem a necessidade de um centavo de dólar sequer para saldar contas externas, o que é uma façanha digna de registro - disse Saturnino.

Em sua análise, o senador apontou ainda que o Brasil está realmente pronto para crescer, mas que será um crescimento sustentado, -de uma natureza e de uma qualidade a que não estamos acostumados a ver-. Ele garante que o crescimento que vem aí será autônomo, independente, sem nenhuma relação com o que estamos habituados historicamente a presenciar.

- Vamos sair da paralisia para um crescimento induzido pelo Estado, não dependente dos humores e dos julgamentos internacionais. O governo vai investir em infra-estrutura, no microcrédito, na ciência e tecnologia. Já tivemos esses saldos comerciais fantásticos, mas foram liquidados pela famigerada âncora cambial, que criou déficits gigantescos, que nos levaram a essa paralisia de que só agora poderemos sair - disse.

Saturnino acrescentou que uma segunda mudança que o país vai presenciar é a da inclusão dos brasileiros historicamente excluídos.

- Não falo do Fome Zero ou do Primeiro Emprego, falo de coisa mais estrutural, como a expansão, a multiplicação por mil do microcrédito, o estímulo à agricultura familiar, ao microinvestimento.

O senador encerrou seu pronunciamento mostrando a importância que está sendo dada à ciência e tecnologia e pediu a transcrição, nos anais do Senado, de discurso do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, no dia 4 de junho, na posse do economista Celso Furtado na Academia Brasileira de Ciências. Amaral mostra uma visão humanista de sua pasta e fala da intenção de descentralizar a pesquisa científica. Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) mostrou a importância de uma parceria com a Ucrânia para o lançamento de um satélite brasileiro. -A Ucrânia tem a tecnologia e está disposta a fazer parceria com o Brasil-, disse Suassuna.



01/07/2003

Agência Senado


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