Saturnino pede socorro para o Rio de Janeiro
Reconhecendo que uma mudança significativa na política econômica brasileira não se fará antes de seis ou 12 meses, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) pediu nesta quarta-feira (12) que o governo federal socorra com urgência o Rio de Janeiro. Ele alegou que a cidade ainda é um símbolo nacional, que está no coração do povo brasileiro, povo este que se encontra chocado com o crescimento da criminalidade ali verificado.
Saturnino propôs que esse socorro seja dado em duas dimensões - uma no campo da repressão policial, outra no âmbito sócio-econômico. Ele argumentou que o estado foi esvaziado economicamente desde a transferência da capital da República para Brasília e que só muito recentemente começa a se recuperar com o crescimento da produção de petróleo e da indústria que serve a essa produção.
O senador sugeriu a realização de dois projetos no estado. O primeiro, destinado a transformar as favelas em bairros decentes, com serviços públicos que atendam dignamente a população. O outro seria o desenvolvimento do Porto de Sepetiba, que ampliaria as perspectivas de desenvolvimento econômico-social do Rio de Janeiro, com reflexos diretos na oferta de empregos e na qualidade de vida do estado.
Em sua análise, Saturnino afirmou que o Rio tem tido governos estaduais de oposição ao governo federal, o que tem dificultado o diálogo e resultado numa discriminação notória na distribuição de verbas federais. Disse ainda que no Rio tem ocorrido acordos tácitos do governo estadual com o tráfico de drogas, no sentido de repartir áreas, na medida em que o estado se vê impotente para dominar, com a presença da lei, as regiões de difícil acesso.
No mesmo discurso, ele pediu a transcrição de artigo intitulado -E se eles tiverem razão?-, do teólogo Leonardo Boff. E leu parte do artigo, destacando sua importância para a conscientização sobre a criminalidade e a violência que cresce no país e, muito especialmente, no Rio de Janeiro. Em aparte, o senador Almeida Lima (PDT-SE) solidarizou-se com as posições de Saturnino.
12/03/2003
Agência Senado
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