SEGUNDO TURNO PODE NEUTRALIZAR ISOLAMENTO PRESIDENCIAL, DIZ MARINA



A maior contribuição que o eleitorado poderá dar ao país no segundo turno das eleições para o governo de vários estados é a de evitar a hegemonia do Palácio do Planalto, fonte do isolamento presidencial, e "eleger aqueles candidatos que têm uma postura de autonomia e de crítica em relação à crise que atravessamos", disse hoje (dia 23) a senadora Marina Silva (PT-AC):- Não é bom para a democracia brasileira, principalmente num momento de crise, que se mantenha a velha prática do "hegemonismo", por causa do "efeito abelha-rainha" - reiterou. Como a abelha-rainha, que vive protegida, o governante hegemônico só tem a seu lado os que dizem amém e escondem a verdadeira face dos problemas nacionais, num isolamento que resulta em alienação, explicou a senadora. A vitória de Olívio Dutra (RS), Cristovam Buarque (DF), Mário Covas (SP), Itamar Franco (MG), Anthony Garotinho (RJ) e Zeca do PT (MS), na opinião de Marina, representará um contraponto à posição do governo federal, com impacto sobre o peso relativo da oposição dentro do próprio Congresso Nacional. Isso não implica o fortalecimento de uma oposição sem responsabilidade, "para jogar pedras", mas de uma oposição capaz de operar um projeto político para o país, com responsabilidade perante a crise, afirmou a senadora.Marina Silva disse também acreditar que, com o resultado favorável a Fernando Henrique Cardoso, que venceu as eleições presidenciais por pequena margem - cerca de 3% - sobre Lula, o eleitorado optou por manter o timão do país nas mesmas mãos. No entanto, enfatizou, com o fortalecimento de candidaturas aos governos estaduais caracterizadas pela autonomia em relação ao poder central, o mesmo eleitorado estaria recusando a hegemonia presidencial.

23/10/1998

Agência Senado


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