‘Sem o tranco da sociedade, reforma política continuará unanimidade estática’, diz Renan



VEJA MAIS

“A reforma política é a mais resistente das nossas unanimidades estáticas. Sem o empurrão, sem o tranco da sociedade, essa reforma continuará a ser estática, embora unânime”, afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros, que reconheceu dificuldades para aprovar mudanças no sistema político, mas reafirmou a disposição do Senado trabalhar para sua realização.

Renan falou na abertura de sessão temática sobre reforma política, nesta quinta-feira (29), com a presença da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TES), ministra Cármen Lúcia.

– Todos são favoráveis à reforma política, todos a advogam, mas ela não avança um milímetro sequer. Isso, claro, pois todos têm seu modelo e muitas deliberações dependem de quorum qualificado, o que dificulta a formação da maioria – observou.

Renan citou pesquisa realizada pelo DataSenado, na qual 84,1% dos entrevistados disseram querer a reforma política. Ele apontou ainda, entre os resultados do levantamento, que 68,9% das pessoas consultadas se posicionaram contra a obrigatoriedade do voto, mas 79% disseram que irão às urnas, mesmo sem o voto obrigatório.

Outro aspecto da pesquisa destacado pelo senador foi o financiamento da campanha, que ainda divide opiniões. Conforme informou, 48% defendem recursos privados nas campanhas, 32% preferem o financiamento público e 12% opinaram por um sistema misto.

Ao apontar como salutar a sondagem da opinião da sociedade por meio de pesquisas, Renan se disse convencido de que a presidente Dilma Rousseff estava certa ao defender a consulta popular.

– Mas é hora também de ouvir o que a sociedade tem a dizer objetiva e formalmente sobre seu futuro. A sociedade, como vimos recentemente, está atenta e exigindo ser atendida – frisou, ao afirmar que a reforma política é imperiosa e inadiável.

Sessões temáticas.

Ao agradecer a presença da ministra Cármen Lúcia, Renan lembrou que a sessão temática desta quinta-feira é a primeira após mudança no Regimento do Senado, aprovada no início de sua gestão na presidência da Casa, que permitiu a transformação de sessões deliberativas em sessões de debates de assuntos de interesse nacional.

Mesmo reconhecendo a importância da votação de proposições pelo Senado, ele observou que o Parlamento não pode se comportar como “linha de produção legislativa” e abdicar da realização de debates como o desta manhã.

– O Parlamento, por sua essência e até mesmo pela etimologia, é o ambiente da palavra, do debate, da discussão e do exercício excessivo da antítese – disse.



29/08/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias continuará a lutar pela reforma política

Casildo Maldaner defende reforma política com participação da sociedade

Sérgio Souza: reforma política precisa ser feita com o conhecimento da sociedade

Rollemberg apoia movimento pela participação da sociedade na reforma política

"A sociedade, finalmente, começou a pressionar no sentido da reforma política", comemora Maciel

Sociedade brasileira precisa participar da reforma política, defende Vanessa Grazziotin