Seminário do PPS debateu soluções para IPE



 
A bancada do PPS na Assembleia Legislativa reuniu ontem (17/12) , em seminário ocorrido no plenarinho, técnicos e especialistas em previdência para analisar a situação do IPE e apontar soluções para a crise do sistema previdenciário estadual. A insustentabilidade do modelo atual e a sua conseqüente falência foram alguns dos alertas feitos pelos participantes.

O primeiro a se manifestar foi o presidente da Comissão Especial para tratar assuntos da Previdência, deputado Otomar Vivian (PPB). Para ele, o problema do IPE tem origem na Constituição de 1988, que concedeu uma série de benefícios sem prever a fonte de custeio. O parlamentar considera que o IPE é um problema de Estado, portanto "quem deve pagar esta conta não é apenas o servidor", argumenta. Defende a independência financeira do Fundo de Previdência em relação ao Tesouro do Estado.

O agente fiscal do Tesouro do Estado, Roberto Calazans, apresentou as variáveis inseridas no atual projeto do Governo. Para ele, é necessário haver um sistema de capitalização em regime progressivo, ao contrário da proposta do governo, que mantém o regime de repartição simples.

O representante da Azulprev, José Maurílio Lobato de Castro, afirmou que o recadastramento e o cálculo atuarial são indispensáveis para a melhoria da estrutura das instituições previdenciárias.

Já para o assessor de Finanças Públicas da bancada do PPS, economista Darcy Francisco Carvalho dos Santos, é imprescindível que o Estado racionalize o uso de seus recursos humanos. Deve combinar esta prática com o incremento na arrecadação, não compreendido como aumento de impostos. O economista demostrou, através de projeções, que reajustes nas contribuições não surtiriam efeitos positivos nem mesmo a médio prazo.

Bancada

A segunda etapa do seminário foi destinada à participação dos deputados do PPS. A preocupação do líder da bancada, Bernardo de Souza, é com a construção de soluções integrais e de longo prazo. O parlamentar recordou o envio, em setembro de 2000, de pedido de informações ao governador do Estado, sobre o incremento financeiro anual das novas aposentadorias e pensões, até hoje não respondido.

O deputado acha que existem soluções que superam a mera elevação das contribuições. A constituição de um fundo deve levar em conta o aumento no número de funcionários que passam a ser inativos. O fundo serviria para desonerar o Estado do crescimento do custo das aposentadorias, sobrando mais recursos para o cumprimento das obrigações constitucionais. Para compô-lo, sugere o retorno do empréstimo feito pela GM e dos recursos advindos do Fundopem. Também poderia ser utilizada a verba da venda das carteiras habitacionais do IPE e da Caixa Econômica Estadual.

No caso de aumento das contribuições salariais ou de maior participação financeira do Tesouro do Estado, o parlamentar sustenta a participação dos funcionários nas decisões, na primeira hipótese, e da sociedade, na segunda, através de plebiscito.

Também participaram os deputados Cézar Busatto e Iara Wortmann, ambos do PPS.


12/18/2001


Artigos Relacionados


Seminário em SP discute soluções para problemas de energia elétrica

Seminário discute soluções para os gargalos que prejudicam as exportações

ONG contra burocracia quer participação do Senado em seminário que discutirá soluções para o Brasil

CMA criou subcomissão para acompanhar Belo Monte e debateu o Fundo Social do pré-sal

Senado debateu Constituição de Cádis

CI debateu crise energética e acidente da Petrobras