SENADO APROVA, EM PRIMEIRO TURNO, LIMITES PARA GASTOS DE VEREADORES



Todas as câmaras de vereadores do país terão limites em seus gastos, incluindo salários de vereadores, de funcionários e de custeio. O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (dia 4), por 63 votos favoráveis e nenhum contrário, em primeiro turno, proposta de emenda constitucional do senador Esperidião Amin (PPB-SC) que fixa percentuais máximos das receitas municipais para os gastos das câmaras. Quanto mais populoso o município, menor será o percentual.- A proposta é moralizadora e oportuna. Moralizadora por existirem câmaras gastando excessivamente. Oportuna porque é aprovada num momento em que o governo federal toma providências para reduzir as despesas públicas - afirmou o autor, Esperidião Amin. Para ele, com a aprovação o Senado, por iniciativa própria, dá sua contribuição ao ajuste fiscal. A votação de segundo turno está marcado para o próximo dia 12.Conforme a tabela aprovada pelos senadores, as câmaras de vereadores dos pequenos municípios, com até dez mil habitantes, só poderão gastar 8% da receita municipal (incluindo receitas próprias e transferências). Nos municípios de dez mil a 50 mil habitantes, o limite será de 7%, caindo para 6% nos municípios com população acima de 50 mil e inferior a 100 mil pessoas. Para cidades que têm de 100 mil a até 500 mil habitantes, o percentual ficará em 5%. De 500 mil a um milhão de habitantes, 4%. O percentual mais baixo, de 3%, se aplicará às câmaras dos municípios com mais de um milhão de habitantes.O relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Jefferson Péres (PSDB-AM), defendeu em plenário a aprovação de emenda de sua autoria, que obteve concordância da CCJ, pela manhã, que dava um prazo de 12 meses, após a promulgação da emenda constitucional, para que os municípios se adaptassem às normas. O plenário, no entanto, rejeitou a emenda por 37 votos a 25. Jefferson ponderou que muitos municípios que hoje gastam de 10% a 12% terão de se adaptar abruptamente ao limite de 6%. "A redução criará dificuldades, principalmente porque muitas vezes são despesas consideradas incomprimíveis, como salários de funcionários das câmaras", disse.Durante a discussão, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o projeto era necessário e oportuno mas, se fosse aprovada a emenda com o prazo de 12 meses e a Câmara dos Deputados só votasse a matéria depois de junho ou julho do ano que vem, a medida acabaria entrando em vigor somente no ano 2001. Dependendo da velocidade das câmaras na aprovação de seus orçamentos, a vigência poderia ocorrer apenas no ano 2002, disse. "Os limites propostos não são estreitos", opinou. Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) previu que a emenda constitucional poderá ser alterada pelos deputados federais, retornando ao Senado para nova apreciação. "Mas esta é uma resposta do Congresso ao esforço nacional para coibir abusos dos poderes públicos." Eduardo Suplicy (PT-SP), líder do Bloco Oposição, também defendeu a criação dos limites.Ademir Andrade (PSB-PA), por sua vez, lamentou que muitas decisões importantes do Senado estejam paradas na Câmara dos Deputados, em especial a emenda constitucional que fixa novas regras para que o presidente da República assine medidas provisórias. Ele pediu ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que solicitasse à Câmara a votação rápida da emenda. Antonio Carlos informou que concordava com a posição de Ademir Andrade.- Encaminharei seu discurso, com meu endosso, à Câmara dos Deputados, pois se trata de uma emenda constitucional que deve ser votada sob o resguardo do Poder Legislativo, o qual está sendo usurpado por meio das medidas provisórias que estão sendo editadas - assinalou o presidente do Senado.

04/11/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


CCJ APROVA LIMITES PARA GASTOS DE CÂMARAS DE VEREADORES

Plenário aprova em primeiro turno aumento do número de vereadores

Senado aprova PEC dos Vereadores em 1º turno e 2º turno será nesta quarta

APROVADOS LIMITES PARA OS GASTOS DOS VEREADORES

SENADORES DEBATEM LIMITES PARA OS GASTOS DAS CÂMARAS DE VEREADORES

PARA AMIN, GASTOS DE VEREADORES NÃO PODEM FICAR SEM LIMITES