Senado aprova linguagem inclusiva oficial



O Senado Federal aprovou por unanimidade nesta terça-feira (16) o substitutivo da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) ao projeto de lei da Câmara (PLC 102/02) que torna obrigatório o uso da linguagem inclusiva para tratamento igualitário entre homens e mulheres na legislação e documentos oficiais. O projeto volta ao exame dos deputados.

De acordo com a proposta aprovada, será obrigatória a referência à mulher todas as vezes em que o substantivo "homem" for empregado para designar ambos os sexos.

- Desse modo, as leis e atos normativos passarão a escrever 'homem e mulher', 'homens e mulheres', quando antes escreviam apenas 'homem' ou 'homens' para se referirem a ambos os sexos - explicou Serys.

Para a senadora, a linguagem inclusiva respeita as diferenças de gênero e é uma das formas de combater a discriminação contra a mulher. Ela considera que o momento é oportuno para que o país realize uma "verdadeira faxina" em toda a legislação para retirar os termos discriminatórios.

Expressões como "mulher honesta, constante do Código Penal, explicou a senadora, servem para manter atitudes machistas e de discriminação contra as mulheres. Serys assinalou que o termo, quando utilizado em relação ao homem, diz respeito a uma pessoa cumpridora dos seus deveres e proba, enquanto que no caso da mulher, refere-se apenas à questão do comportamento sexual.



16/11/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


A linguagem inclusiva segundo a Rede Mulher de Educação

Plenário deve votar uso de "linguagem inclusiva" em textos oficiais

Comissão encaminha a Plenário norma pela igualdade feminina na linguagem oficial

CE aprova uso da linguagem de sinais nas mensagens oficiais em TV

CE aprova uso obrigatório de linguagem de sinais em veiculações televisivas do governo

Livro lançado no Senado "desmistifica" a linguagem econômica e política