Senado aprova substitutivo da Câmara com normas sobre o destino final de rejeitos radioativos
Ao propor o adiamento da discussão da matéria, Simon justificou que o substitutivo atribui "super-poderes" à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O órgão, segundo Simon, fica com as atribuições de ditar livremente as normas e critérios sobre depósitos de dejetos radioativos. "Recebe um cheque em branco, o que é inaceitável e temerário em se tratando de uma questão tão importante", opinou.
Simon acrescentou que, em virtude da demora da tramitação da matéria no Congresso (mais de dez anos), ela se tornou desatualizada em virtude de novas normas e regulamentações internacionais aprovadas posteriormente. Ele citou o caso da Convenção Internacional de Segurança Nuclear, assinada em Viena, em 1994, que traria em seu texto a determinação de que deve haver "efetiva separação entre as funções do órgão regulatório e do órgão relacionado para a promoção e utilização da energia nuclear".
Encaminhando contra o requerimento de adiar a votação, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) registrou que o Brasil não possui uma legislação sobre o assunto. Ele observou que talvez isto tenha contribuído para o acidente com o Césio-137, ocorrido em Goiânia. O senador por Roraima acrescentou ainda que não aprovar a matéria seria deixar por mais tempo ainda o país sem poder exercer um maior controle sobre a questão dos rejeitos radioativos.
24/10/2001
Agência Senado
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