Senado aprova voto de pesar pela morte de Tarcísio Burity



O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (8) requerimento de voto de pesar pela morte do ex-governador e ex-deputado federal da Paraíba Tarcísio Burity. O requerimento foi apresentado pelos senadores Efraim Morais (PFL-PB), Ney Suassuna (PMDB-PB) e José Maranhão (PMDB-PB). Burity faleceu nesta terça, aos 64 anos, vítima de falência de múltiplos órgãos após uma cirurgia cardíaca feita no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo.

Efraim lembrou que Burity foi duas vezes governador da Paraíba, além de deputado federal, secretário estadual de Educação, jurista, sociólogo e acadêmico na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba.

- Tarcísio Burity defendeu a redemocratização do país, as -Diretas Já- e a Assembléia Nacional Constituinte. O Senado não faz mais do que reconhecer a importância dessa figura política com essa homenagem condizente com a contribuição que ele deu ao país - afirmou.

Suassuna lembrou que Burity foi seu concorrente na campanha eleitoral ao Senado.

- Foi uma campanha tão limpa e ética que, após a eleição, fiz questão de visitá-lo, e sua gentileza foi tão grande que criamos uma forte amizade - disse.

Ele revelou que o ex-governador paraibano também era um compositor de músicas clássicas e assinava suas músicas sob o pseudônimo de -T. Virgilius-. O senador disse que estará presente ao sepultamento nesta quarta-feira (9).

José Maranhão, que foi colega de Burity na turma de 1961 da Faculdade de Direito, disse que a Paraíba está -muito triste com a morte de Tarcísio Burity-. Ele afirmou que o ex-governador deixa um legado político e administrativo que fez dele o deputado federal mais votado de toda a história do estado.

- Ele era um intelectual teórico do direito, mas sua gestão como governador conquistou as massas populares. Era um conciliador, um homem de paz - disse.

Maranhão citou, como prova da grandeza de Burity, o episódio em que foi baleado por seu adversário Ronaldo Cunha Lima e, ainda no leito do hospital, escreveu bilhete para os filhos pedindo que não alimentassem o sentimento de vingança, caso viesse a falecer.

O senador João Alberto Souza (PMDB-MA) manifestou sua solidariedade à bancada paraibana no Senado e lembrou que foi colega de Burity na Câmara dos Deputados e foram governadores na mesma época.

- Tarcísio Burity era um político competente, trabalhador, excelente orador e profundo conhecedor dos problemas nacionais. Sua morte deixa uma lacuna no meio político e a saudade de todos os amigos - concluiu.

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) lembrou que a militância de Burity começou com a sua indicação para o cargo de governador durante o regime militar, mas depois foi um dos governadores mais votados da Paraíba. Ele ressaltou que Burity continuou na vida política e sua fama transcendeu as fronteiras do estado.

- Lamento estar nesta tribuna dez anos depois para lamentar a morte de outro grande paraibano - assinalou Garibaldi, que há dez anos lamentou no Plenário do Senado a morte do ex-senador Antonio Mariz.

O senador Marco Maciel (PFL-PE) disse que Burity, antes de ser um político, foi um pensador, um intelectual marcado pelo seu grande espírito público e sua lisura.

- Era um homem simples, humilde, que tinha uma percepção muito aguda dos problemas do Nordeste. O tempo vai deixar mais claro o seu valor e a sua personalidade - afirmou.

O presidente do Senado, José Sarney, disse que a Paraíba e o Brasil perdem um grande político, que se destacou em nível regional e nacional. Sarney assinalou que Burity prestou grandes serviços à Paraíba e disse que -dentro do político havia o intelectual que deixou muitos trabalhos publicados-. Ele ainda lembrou que o ex-governador foi um professor que marcou sua carreira com a consolidação da Universidade da Paraíba.



08/07/2003

Agência Senado


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