Senado aprova voto de profundo pesar pela morte de Aureliano Chaves



O Senado aprovou requerimento do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por um voto de profundo pesar pela morte do ex-vice-presidente da República, ex-governador de Minas Gerais e ex-ministro de Minas e Energia Aureliano Chaves. O presidente José Sarney suspendeu a sessão plenária. - Uma das últimas coisas que gostaria de fazer aqui, o meu pior momento nesta Presidência, é ter que pôr em votação este voto de pesar pelo grande amigo e um dos maiores brasileiros do nosso tempo - disse Sarney. O presidente do Senado acrescentou que Antônio Aureliano Chaves de Mendonça tinha um grande espírito público, caráter, dignidade e coragem cívica, e desempenhou um papel decisivo na transição democrática que permitiu a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República em 1985. - Era um nacionalista, engajado na luta em defesa dos recursos naturais do Brasil, cumprindo um papel só comparável, neste aspecto, a outro grande mineiro, Artur Bernardes - disse. Sarney acrescentou que ele próprio e os colegas Marco Maciel e Jorge Bornhausen mereceriam também condolências a exemplo da família, porque eram os três muito ligados a Aureliano, tanto pelo papel político na Aliança Democrática que elegeu Tancredo, como pelos laços de amizade pessoal e irmandade que os uniam. O senador Marco Maciel (PFL-PE) disse que Aureliano foi figura fundamental no reencontro do Brasil consigo mesmo e com o estado de direito democrático, em 1985, com a formalização da Aliança Democrática, quando o então vice-presidente demonstrou grande coragem cívica, patriotismo e compromisso com a Nação brasileira. Disse ainda Maciel que Aureliano costumava repetir uma das máximas do estadista inglês Winston Churchill: -Prefiro que duvidem da minha inteligência do que da minha coerência-. Maciel acha que a morte da mulher de Aureliano, dona Vivi, há quatro meses, deve ter deprimido o ex-vice-presidente. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), outro co-fundador do PFL, disse que Aureliano deve ser homenageado nas duas Casas do Congresso Nacional e no país inteiro. - Era um homem coerente, com ideais nacionalistas que às vezes eram até exacerbados, mas que sempre defendeu suas idéias com honestidade, coragem, sinceridade e isenção - disse o senador. O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que Aureliano Chaves prestou grandes serviços ao país e sempre atuou politicamente em defesa da Nação. Ele acrescentou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva se associava a todos os votos de pesar à família, a Minas Gerais e ao país. O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que não teve o prazer de conviver muito com Aureliano Chaves, mas guarda dele a imagem de um homem público franco, honesto, sincero, -um verdadeiro nacionalista-, com grandes serviços prestados ao país. O líder do PSDB, senador Artur Virgílio Neto (AM), lembrou o que chamou de -articulação política fina, competente, patriótica, realizada pelo próprio José Sarney, por Marco Maciel e por Aureliano Chaves, para acabar de vez com uma ditadura que agonizava e devolver o Brasil à democracia-. Segundo ele, Aureliano foi competentíssimo em todo o processo, e era um homem de enorme coragem cívica, política e moral, -aquela coragem cívica que vem da honradez pessoal-. O senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, disse que Aureliano é o co-autor de uma das mais belas páginas da História do Brasil: -a recondução do país ao regime democrático através da criação da Aliança Democrática que elegeu Tancredo e Sarney no Colégio Eleitoral-.

- Perde Minas Gerais, perde o Brasil, perdemos todos nós - disse. O senador José Agripino (PFL-RN) lembrou que era governador do Rio Grande do Norte quando Aureliano era vice-presidente, e aprendeu a admirá-lo nos contatos que tiveram. Disse que já o conhecia antes, porque Aureliano era amigo do pai dele, o ex-governador Tarcísio Maia. Aureliano era um político de enorme espírito público, disse o senador, que -teve a coragem cívica de trabalhar pela redemocratização do país mesmo na condição de vice-presidente-. O senador Aelton Freitas (PL-MG), também lamentou a morte do conterrâneo.



30/04/2003

Agência Senado


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