Senado autoriza aumento do endividamento da Transpetro



A empresa Petrobras Transportes (Transpetro) vai poder elevar, temporariamente, seu limite de endividamento em R$ 1,01 bilhão. Essa autorização consta de resolução aprovada nesta quinta-feira (dia 13) pelo plenário do Senado. Com o dinheiro, a empresa vai assumir a dívida de R$ 595 milhões, referente a navios transferidos pela Petrobras; investir R$ 379 milhões na aquisição de novas embarcações; e usar R$ 36 milhões na aquisição de sua sede e recursos de informática.

Para o senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), a decisão do Senado é uma contribuição importante para a indústria naval e para a marinha mercante brasileira que, em sua opinião, foi desmobilizada nos últimos anos por políticas equivocadas do governo federal. Segundo o senador, a autorização aprovada vai permitir a encomenda de novos petroleiros junto a estaleiros nacionais, para substituir parte da frota que está obsoleta. Os recursos, continuou, serão financiados pelo Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- A indústria naval nacional precisa dessa injeção de recursos para reviver - afirmou Saturnino. Ele reconheceu o mérito da iniciativa do Planalto, mas pediu medidas mais significativas para revitalizar a marinha mercante do Brasil.

Os senadores Lauro Campos (PDT-DF) e Geraldo Cândido (PT-RJ) votaram contra o projeto de resolução por acreditarem que a Petrobras vem firmando contratos suspeitos para a construção de navios e plataformas de prospecção de Petróleo.

Lauro Campos considera estranho que a Petrobras, mesmo com os lucros que apresenta, tenha que solicitar empréstimos para renovar a sua frota. Ele condenou o contrato de US$ 2 bilhões com a empresa Marítima para a construção de navios e plataformas, como a "malfadada" P-36, que submergiu na Bacia de Campos. Segundo ele, até aquele momento, a empresa nunca havia construído navios.

Cândido anunciou que vai cobrar que os investimentos sejam realmente feitos na indústria nacional e disse duvidar da credibilidade da direção da Petrobras. Segundo ele, a empresa, em vez de encomendar navios junto a estaleiros brasileiros, nos últimos anos fechou contratos apenas com empresas estrangeiras.

Saturnino concordou que a Petrobras não tem seguido a tradição de empresa nacional que privilegiava encomendas no Brasil. Porém, defendeu o empréstimo que prevê a construção de quatro petroleiros em indústrias nacionais. Ele argumentou que, se os recursos forem aplicados fora do país, a autorização do Senado deixa de ter validade. O senador Robinson Viana (PMDB-PB) elogiou a iniciativa que, na sua opinião, tem a finalidade de revigorar a indústria nacional e acabar com o arrendamento de navios estrangeiros, "uma verdadeira sangria dos recursos nacionais".

13/12/2001

Agência Senado


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