Senado concede Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara



O Senado tem sessão especial marcada para esta terça-feira (21), às 11h, destinada a conferir a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara. Concedida pela primeira vez no Senado, a homenagem será prestada aos cinco vencedores do prêmio: Dom Pedro Casaldáliga, Dom Manuel da Cruz, Marcelo Freixo, Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso.

Pedro Casaldáliga é espanhol e vive no Brasil desde 1968, onde foi ordenado bispo emérito da Igreja Católica, tendo se destacado na defesa dos direitos humanos durante o regime militar. Wagner de La Torre é paulista e exerce a profissão de defensor público na cidade de Taubaté (SP), onde presta serviços a pessoas mais humildes. O paraense Antônio Roberto Cardoso também é defensor público e especialista em direitos humanos. Dom Manuel da Cruz é natural do Ceará e defensor dos direitos humanos, com inspiração nas ideias de Dom Hélder Câmara. Já Marcelo Freixo exerce o quarto mandato de deputado estadual pelo PSOL no Rio de Janeiro e tem atuado contra a ação de milícias em comunidades carentes.

O Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara conta com 14 titulares e é presidido pelo senador Marco Maciel (DEM-PE), tendo como vice o senador José Nery (PSOL-PA).

Dom Hélder

Nascido em Fortaleza (CE), no dia 7 de fevereiro de 1909, Hélder Pessoa Câmara, mais tarde Dom Hélder Câmara, foi consagrado como bispo auxiliar do Rio de Janeiro em 1952, mesmo ano que foi nomeado bispo. Nesse período, contribuiu para fortalecer a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde foi secretário-geral e atuou em defesa do ajuste dos ideais da Igreja Católica a padrões mais modernos, principalmente no que se referia à defesa da justiça e da cidadania.

Foi também arcebispo de Olinda e Recife de março de 1964 a abril de 1985, onde fundou a Comissão de Justiça e Paz de Pernambuco e consolidou as chamadas Comunidades Eclesiais de Base, entre outras entidades. Ficou conhecido por lutar pelos direitos humanos e contra o autoritarismo, tendo, por esse motivo, entrado em choque com o regime militar.

Nos anos 90, inaugurou, com auxílio de organizações filantrópicas, na Fundação Joaquim Nabuco, a campanha intitulada "Ano 2000 Sem Miséria". Teve também participação ativa no Concílio Ecumênico Vaticano II, que, entre outras mudanças importantes, reformou a liturgia, a constituição e a pastoral da Igreja Católica, além de ser uma das fontes de influência para a formulação da Teologia da Libertação, adotada nos países mais pobres e em desenvolvimento.

Autor de 12 livros traduzidos para diversos idiomas, Dom Hélder morreu no dia 27 de agosto de 1999 no Recife, aos 90 anos de idade.



21/12/2010

Agência Senado


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