SENADO CRIA CPI PARA APURAR IRREGULARIDADES NO FUTEBOL BRASILEIRO



O Senado criou nesta quinta-feira (dia 12) uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades no futebol brasileiro. Segundo o requerimento do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que criou a CPI, apoiado por mais 38 senadores, a comissão deve investigar denúncias de sonegação de contribuições e impostos por clubes e jogadores, irregularidades nas vendas de jogadores brasileiros para o exterior e possíveis ilegalidades no contrato de patrocínio firmado entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a empresa de artigos esportivos Nike.
- A cada dia surgem denúncias de ilegalidades cometidas por diretores de clubes, jogadores, empresários e técnicos de nosso futebol. A importância do futebol em nosso país impõe-nos a obrigação de cuidar para mantê-lo no elevado patamar que alcançou - justificou Álvaro Dias.
O senador listou algumas das denúncias publicadas por jornais como o fato de a Receita Federal já estar investigando sonegação de Imposto de Renda por clubes, empresas patrocinadoras e por jogadores. Outra denúncia, informou Álvaro Dias, dá conta que apenas nos últimos dois anos a Receita multou em US$ 23,6 milhões pessoas ligadas ao futebol. A prisão do presidente da Federação Paranaense de Futebol, condenado por apropriação indébita, também foi citada por Álvaro Dias no seu requerimento.
- O não recolhimento aos cofres públicos de valores relativos a Imposto de Renda ou a contribuição previdenciária, descontados na fonte, por quaisquer entidades, configura fato ilícito que está sujeito ao poder de sindicância de comissão parlamentar de inquérito - afirmou.
Segundo Álvaro Dias, o Banco Central também vem investigando a venda de passes de jogadores para o exterior. Teria sido constatada diferença, continuou, de cerca de US$ 40 milhões entre os valores que os clubes declararam ter recebido e a efetiva entrada de dólares no país. O senador também quer que sejam revelados detalhes sobre o contrato de US$ 400 milhões entre a CBF e a Nike.
- Há informações de que a empresa poderia até mesmo escolher unilateralmente adversários para a seleção. A CBF, apesar de ser pessoa jurídica de direito privado, participa do sistema nacional de desporto, estando obrigada a respeitar o princípio da soberania nacional - comentou.

14/09/2000

Agência Senado


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