Senado decide se CAE vai opinar sobre a entrada do Brasil na Alca



O Senado decide na próxima quinta-feira (dia 9) se a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) examina antecipadamente a entrada do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O Plenário vai deliberar sobre proposta do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) de que, sendo a CAE incumbida de opinar sobre comércio exterior e outros assuntos econômicos do país, a comissão terá que estudar previamente o ingresso do Brasil naquele acordo aduaneiro.

Em defesa da idéia, Lúcio Alcântara alega que a entrada na Alca poderá ser a negociação mais relevante já enfrentada pelo Brasil desde a consolidação de nossas fronteiras. Ele alertou para os impactos que isso produzirá em nossa estrutura produtiva, lembrando que o novo mercado congregará 34 países do continente americano, integrando população de 800 milhões de pessoas e um produto bruto (soma das riquezas produzidas em um ano) de US$ 12 trilhões.

Lúcio Alcântara não é o primeiro senador a manifestar preocupação com a entrada do Brasil na Alca. Em abril deste ano, a pedido do senador Paulo Hartung (PSDB-ES), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) criou a Subcomissão Permanente de Comércio Exterior, destinada a acompanhar e promover debates sobre esse assunto. Argumento de Hartung na época: "O mundo político ainda conhece pouco o tema".

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também já foi ao plenário pedir ao presidente Fernando Henrique Cardoso que resista às pressões dos Estados Unidos em favor da criação desse acordo de livre comércio. Para Simon, o que a América do Norte quer é transformar todos os países latino-americanos em colônias.

O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) também já pediu que se realize plebiscito com a população brasileira, para que ela responda se deseja a adesão do Brasil a esse tratado. O senador José Fogaça (PMDB-RS) é um dos poucos a sugerir que o país assuma corajosamente a idéia de ingressar nesse mercado. Ele entende que a melhor forma de agir nesse assunto é começar negociando pontos cruciais, entre eles, as exportações brasileiras de laranja, aço, sapatos e têxteis.

03/08/2001

Agência Senado


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