Senado deve votar MP que pune servidores públicos por quebra injustificada de sigilo fiscal



O Plenário do Senado deve votar, ainda nesta terça-feira (15), o projeto de lei de conversão (PLV) 4/11 que prevê punições aos servidores públicos que injustificadamente quebrarem o sigilo fiscal de cidadãos. Proveniente da Medida Provisória 507/10, o projeto prevê demissão e perda de cargo em comissão ou da aposentadoria para o servidor que fizer uso indevido de informações sigilosas. Quem apenas acessar tais dados sem motivação funcional deve ser suspenso.

De acordo com o projeto, os servidores públicos também serão punidos se facilitarem o acesso de pessoas não autorizadas a dados fiscais protegidos pela lei que rege o Sistema Tributário Nacional (Lei 5.172/66). O relator revisor é o senador João Vicente Claudino (PTB-PI).

Antes mesmo de ser votada, a proposição já é alvo de impugnação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB). A entidade ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4572) contra o projeto, alegando que afronta ao princípio constitucional da proporcionalidade, segundo o qual o legislador deve observar a adequação, a necessidade e a proporcionalidade (em sentido estrito) da norma que está criando.

Bolsa Família

Outra proposição que pode ser analisada pelos parlamentares, aprovada nesta manhã na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), é o pedido da União para a contratação de empréstimo de até US$ 200 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que tramita em regime de urgência. Os recursos são destinados ao Projeto Consolidação do Programa Bolsa Família e Apoio ao Compromisso Nacional pelo Desenvolvimento Social, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Na análise, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) esclarece que o empréstimo tem o objetivo de aprimorar o Programa Bolsa Família e seus impactos. A mensagem presidencial (MSF 2/11) com o pedido chegou ao Senado em dezembro do ano passado.

Projetos 

Outras três proposições estão prontas para votação no Plenário. A primeira é o PLC 104/08, que altera o Código Civil para permitir o registro de contratos ou alterações contratuais de empresas com sócios incapazes. Com a aprovação da mudança, as juntas comerciais passarão a fazer esse tipo de registro, desde que sejam atendidas as seguintes condições: o sócio incapaz não poderá exercer a administração da sociedade; o capital social deverá ser totalmente integralizado; se o sócio for relativamente incapaz, deverá ser assistido por seus representantes legais; e, se for absolutamente incapaz, deverá ser representado por eles.

O projeto de lei da Câmara (PLC) 166/08 determina que os professores e estudantes de engenharia e arquitetura poderão ter acesso a todas as informações sobre obras de órgãos públicos com valor didático. A ideia é contribuir para a formação técnica e cultural indispensável ao exercício dessas profissões, conforme o projeto, que acrescenta um capítulo à lei que trata da política nacional de arquivos públicos e privados (Lei 8.159/91).

De acordo com o substitutivo aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), os órgãos da administração pública direta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista são obrigados a manter arquivos de informações referentes às obras públicas projetadas ou executadas sob sua responsabilidade.

Também está na pauta requerimento do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) que pede ao Tribunal de Contas da União informações sobre o cumprimento, por parte do Ministério da Educação, das recomendações constantes do Acórdão 816/2009, que se refere a auditoria operacional realizada no Programa Universidade para Todos (ProUni).



15/03/2011

Agência Senado


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