Senado expõe história do Palácio Monroe ao público da Bienal do RJ



O estande do Senado Federal preparou uma exposição especial, sobre a história do Palácio Monroe, para a 11ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Sede do Senado entre 1925 e 1960, quando a capital foi transferida para Brasília, o palácio se destacava na arquitetura do Rio de Janeiro até ser demolido, depois de decisão controversa do governo federal que causou reações da população, expressas por meio de um manifesto que colheu milhares de assinaturas entre os cariocas. Na exposição, o visitante da bienal fica sabendo que edifício projetado em 1904 pelo Coronel Francisco de Souza Aguiar concorreu, representando o Brasil, na Exposição Mundial de Saint Louis, nos Estados Unidos, onde recebeu a medalha de ouro, competindo com projetos de arquitetura e engenharia de outros 50 países. O projeto vencedor serviu de base para a construção do edifício no Brasil, que foi inaugurado em 23 de julho de 1906, quando foi aberta a 3ª Conferência Pan-Americana, com um discurso do barão do Rio Branco. Foi Rio Branco quem batizou o edifício, em homenagem ao diplomata norte-americano James Monroe. Até a instalação definitiva do Senado, em 1925, o Palácio Monroe sediou diversas instituições públicas, entre eles a Câmara dos Deputados, em 1914. Depois do início do funcionamento do Senado em Brasília, o edifício foi ocupado pelo Estado Maior das Forças Armadas até que, em 1975, o governo federal decidiu demolir o prédio. Em correspondência datada de 9 de outubro daquele ano, o ministro-chefe do Gabinete Civil, Golbery do Couto e Silva, comunicou ao ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, acerca da autorização dada pelo presidente da República, Ernesto Geisel, para a demolição do prédio e conseqüente utilização daquele logradouro público para outros fins. Após a decisão a população do Rio de Janeiro ainda organizou um abaixo-assinado para evitar a demolição do prédio, o que não foi possível. Além de uma cronologia sobre o Monroe, a exposição montada pela Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho traz ainda reproduções da medalha recebida na Exposição de Saint Louis; das notas de 200 e 2 mil réis, de 1919, com a imagem do edifício; fotos do autor do projeto e do edifício, uma planta do prédio, a carta de Golbery e assinaturas do manifesto contra a demolição.

A iniciativa da exposição faz parte dos esforços da comissão que organiza eventos para marcar os 180 anos do Senado Federal. Entre as atribuições da comissão está o resgate da imagem e da história do Palácio Monroe, assim como dos demais edifícios que já serviram como sede para o Senado Federal.



21/05/2003

Agência Senado


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