SENADO HOMENAGEIA RACHEL DE QUEIROZ PELOS SEUS 90 ANOS



O Plenário do Senado destinará a hora do expediente desta quarta-feira (dia 22) para homenagear a escritora Rachel de Queiroz, que completou 90 anos na última sexta-feira (dia 17). Um dos nomes mais importantes da moderna literatura brasileira, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 1910, tendo vivido ainda muito menina o drama da seca, que inspiraria seu primeiro e mais famoso romance, O Quinze, lançado em 1930, com grande repercussão no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Pelo livro de estréia, cujo tema foi a terrível estiagem de 1915, a jovem escritora ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha, consagrando-se nacionalmente como escritora de romances de fundo social. Embora trabalhando vagarosamente em cada obra, Rachel obteve muitos outros êxitos depois de O Quinze, entre eles Dôra Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura (1992), este adaptado na forma de minissérie pela Rede Globo.

Além de romancista, Rachel notabilizou-se pelo trabalho como jornalista. Publica crônicas e artigos desde 1927, e não interrompeu sua contribuição nem quando se recuperava de um derrame cerebral ocorrido no ano passado. Também escreveu peças de teatro, e, mais recentemente, um livro de culinária - Receitas do Não Me Deixes - , registro gastronômico-literário dos pratos que prepara no sítio que tem em Quixadá, município do interior cearense.

A escritora tem dividido seu tempo entre o sítio e o apartamento no bairro carioca do Leblon, onde a incomoda o barulho dos ônibus. Com a saúde fragilizada - anda e fala com dificuldade - Rachel vive atualmente sob os cuidados de Maria Luíza, de 73 anos, a irmã caçula que criou como uma filha. Ainda assim tem energia para conversar sobre política. No hospital, recuperando-se do acidente vascular, falou pelo telefone com o senador José Sarney (PMDB-AP) e com o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes.

Rachel hoje diz que prefere esquecer seu passado político, mas sua biografia nesse campo tem passagens importantes: integrou o Partido Comunista Brasileiro (PCB) quando este ainda era ilegal, mas por repudiar a "mesquinharia" de seus membros, afastou-se em 1932. Tornando-se trotskista, foi presa, em 1937, durante a ditadura de Getúlio Vargas. Sua amizade com outro ditador, Castelo Branco, rendeu-lhe censuras da esquerda. Em 1966, portanto ainda no Regime Militar, participou da 21ª Sessão da Assembléia Geral da ONU, como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem.

21/11/2000

Agência Senado


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