Senado poderá imprimir livros com letra ampliada para portadores de baixa visão



Durante entrega de publicações em braile, nesta sexta-feira (15), na 29ª Feira do Livro de Brasília, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, determinou que sejam iniciados estudos para a impressão de livros com letra ampliada. A edição desse novo formato de publicação atenderia as pessoas com baixa visão. A Feira do Livro de Brasília prossegue até domingo (17) no Pavilhão de Feiras e Exposições do Parque da Cidade Sarah Kubitschek (ExpoBrasília).

Quem sugeriu à Secretaria Especial de Editoração e Publicações (SEEP) do Senado a impressão de títulos com as fontes em tamanho ampliado foi Bernardo Silva, presidente da Associação dos Amigos do Deficiente Visual. Ele disse que as pessoas que sofrem com a baixa visão encontram dificuldade semelhante à do cego no momento em que procuram livros adequados à sua deficiência.

Logo que Haroldo Tajra indagou sobre a possibilidade de o pedido ser atendido, o diretor da SEEP, Florian Madruga, agendou com o subsecretário industrial, José Farias Maranhão, o início dos estudos técnicos para viabilizar a impressão dos livros com a letra ampliada. O diretor-geral destacou a importância do trabalho que o Senado desenvolve em favor das pessoas com deficiência visual.

- Esse serviço de doação de publicações em braile é importante porque contribui para a valorização dos portadores de deficiência visual, para o exercício de sua cidadania e sua inserção social. Além disso, através da impressão desse tipo de livro, o Senado incentiva a leitura - afirmou Haroldo Tajra.

As publicações doadas na Feira do Livro de Brasília foram o Guia do Passageiro, a Legislação Eleitoral e Política, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Direitos Humanos, Eu Senadoro um Passeio, Legislação Desportiva, Lei Antidrogas, Lei de Falências, Senado Federal e a Lei Orgânica do Distrito Federal. Receberam os livros a Biblioteca Braille Dorina Nowill, a Associação dos Amigos do Deficiente Visual e o Centro de Ensino Fundamental 02, de Brazlândia.

Importância do braile

Neuma Pereira tem 58 anos e mora no Distrito Federal há quase três décadas. Veio de Mossoró ajudar a irmã que não tinha com quem deixar os filhos para poder estudar na Universidade de Brasília (UnB). Neuma perdeu a visão com um ano e meio porque sua mãe teve rubéola durante a gestação. Ela aprendeu a ler livros em braile quando se mudou para a capital do país. Em Mossoró, sua terra natal, não havia escolas desse tipo quando morava por lá.

Funcionária concursada da Secretaria de Cultura do DF, Neuma atualmente está à disposição da Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. Ela trabalha emprestando livros e lecionando braile. Com outros portadores de deficiência visual que frequentam a entidade, participa atualmente de um curso de fotografia, além de ter aulas de dança coreográfica.

- Quando ganhei uma cartilha em braile me interessei em aprender. Quando fui fazer o curso, com três aulas aprendi a ler. A professora costumava me pedir para ajudá-la nas aulas. Esse trabalho que o Senado desenvolve tem um significado muito especial para quem não enxerga e enfrenta todos os tipos de dificuldade para encontrar livros que possa ler - declarou Neuma.



15/10/2010

Agência Senado


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