Senado votou mudanças em favor do trabalhador



Repor perdas sofridas pelos trabalhadores, reduzir a informalidade nas relações de trabalho e estimular a criação de empregos foram algumas das preocupações do Senado neste semestre. Entre as 417 matérias apreciadas, ao longo de 43 sessões deliberativas, houve também o propósito de melhorar as condições de vida da população e reduzir a concentração de renda.

Num total de 379 matérias aprovadas, o Senado decidiu repor as perdas sofridas pelo FGTS dos trabalhadores na vigência dos Planos Verão e Collor I. Essa correção começará a ser depositada nas contas vinculadas dos assalariados a partir do próximo ano, para quem ganha até R$ 2 mil, e se estenderá até 2007, para saldos maiores.

Aprovado pela Casa, só falta agora entrar em vigor o projeto que regulamenta o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e que deverá destinar R$ 4 bilhões, anualmente, para as áreas mais carentes do país. Esse fundo foi concebido originalmente no próprio Senado, ao final de longo estudo realizado pela comissão que discutiu o crescimento da miséria no país.

O Plenário aprovou projeto incentivando a formalização das relações de trabalho no campo, historicamente marcadas pela informalidade. O texto alterou a legislação que trata das contribuições sociais devidas pelos produtores rurais e pela agroindústria.

Com isso, as empresas rurais deixaram de aplicar a alíquota de 20% sobre a folha de pessoal para calcular a contribuição previdenciária, passando a recolher 2,6% do faturamento bruto para a seguridade social e para o custeio de benefícios decorrentes de acidentes de trabalho e de incapacidade laboral.

Foi ainda aprovada mudança equiparando, para efeito de arrecadação previdenciária, os condomínios de produtores rurais com os produtores individuais. Garantindo aos empregados contratados por esses condomínios o acesso aos benefícios da previdência, a norma incentiva o emprego no campo.

O Senado também decidiu que as empresas que empregam vendedores, viajantes ou pracistas são obrigadas a pagar, numa única parcela, as comissões e percentagens resultantes das vendas realizadas a prestações.

Aprovou ainda projeto criando 1.013 vagas no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, a serem ocupadas mediante concurso. Isso significa 176 empregos para especialistas em Medicina e em Odontologia, 110 para a área complementar de saúde e 727 para técnicos de saúde de nível médio. Foi também decidida a abertura de 70 novos cargos de defensor público da União.

E, no propósito de garantir benefícios trabalhistas sem aumentar os custos da contratação de trabalhadores, o Senado decidiu que vantagens como educação, transporte, assistência médica, seguro de vida e previdência privada não integram o salário. Com isso, o empregador foi estimulado a conceder esses benefícios aos empregados, visto que sobre eles não incidirão encargos.

29/06/2001

Agência Senado


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