Senadores apóiam atuação do Ministério do Trabalho em fiscalização no Pará



Integrantes da Subcomissão Temporária de Combate ao Trabalho Escravo, que funciona no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), e entidades da sociedade civil que participaram nesta quarta-feira (26) de audiência pública com o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Roberto Lupi, apóiam a ação realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do ministério, que constatou condições de trabalho similares a de escravidão na empresa Pará Pastoril e Agrícola (Pagrisa). O presidente da subcomissão, senador José Nery (PSOL-PA), lamentou que ainda existam ataques a ações que visam a combater o trabalho escravo no Brasil.

Na opinião de Nery, a erradicação do trabalho escravo deve ser uma causa de todos os brasileiros e ser executada de forma apartidária. O senador propôs encontro, nesta quinta-feira (26), de uma comissão de senadores da subcomissão com o ministro Carlos Lupi e o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, para tratar das ações do Grupo Especial de Ficalização Móvel.

Conforme sugestão do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a subcomissão apresentará voto de louvor pelo trabalho do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho com respeito ao combate do trabalho escravo no país. O senador disse se sentir triste porque, depois de 119 anos da abolição da escravatura no Brasil, o Senado ainda precisa discutir o tema.

A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) disse que o Grupo Móvel deve continuar fiscalizando empresas que utilizam trabalho escravo, apesar das críticas que ela considerou "conservadoras". A senadora, que é presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), disse lamentar que senadores tenham tratado de forma grosseira o trabalho do Ministério do Trabalho, que, segundo ela, cumpre sua responsabilidade.

Já na opinião do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), os senadores que considerarem que houve exagero na fiscalização do Ministério do Trabalho devem investigar o assunto. Ele ressaltou que os documentos do ministério comprovam que havia irregularidades na Pagrisa e se os parlamentares que visitaram a empresa na semana passada não encontraram tais irregularidades, significa que trabalho do ministério é eficiente.

Na opinião do presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Cláudio Montesso, a desqualificação da ação do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal em relação à Pagrisa, passou do foro administrativo para o político.

Participaram ainda da audiência o presidente da Associação nacional dos Procuradores do Trabalho, Sebastião Caixeta; o presidente do Movimento Nacional de Direitos Humanos e da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, Marco Apolo; o sub-procurador do Ministério Público do Trabalho, Luiz Antônio Camargo; e Ana Rios, representado a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

26/09/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senadores defendem atuação de Fernando Bezerra no ministério

Senadores destacam atuação de Serra no Ministério da Saúde

Valmir Amaral destaca atuação do Ministério Público no combate ao trabalho escravo

Senadores apoiam 60 dias de férias para juízes

Senadores apóiam tratamento diferenciado para a agricultura na Lei de Falências

Senadores apoiam adicional de risco para vigilantes de universidades