Senadores apoiam Jereissati e apontam campanha de denuncismo no Senado



O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que rebateu acusações de uso irregular de recursos do Senado em viagens, recebeu o apoio de seus colegas em Plenário. Os senadores, em apartes ao discurso de Jereissati, ressaltaram sua correção e lamentaram a onda de denúncias que atinge a Casa.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), observou que alguém do Senado passou a informação para os jornalistas. Ele disse que teve início "o desmonte de um grupo que tem estado no comando do Senado há muito tempo, fazendo favores uns para os outros, assemelhando-se a um polvo, mas que ainda não foi derrotado e continua atuando".

- Procuram enlamear para ver se jogando todos na vala comum conseguem fazer com que a Casa caia tanto a ponto de poderem voltar aos seus postos com nomes reciclados. Esse jogo de rato atrás de gato não vai ficar assim. Tudo que desejo é que o presidente José Sarney traga no prazo de um mês a proposta de enxugamento radical desta Casa. Estou esperando atitudes. Se continuar esse jogo de pessoas sem nenhuma reputação tentar enlamear pessoas com toda reputação, eu chego ao ponto de fazer instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a administração do senhor Agaciel Maia e aí vamos ver de fato quem é podre - alertou.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que Jereissati não precisa de advogado porque tem a própria história e um patrimônio ético que advogam por ele. O senador solidarizou-se com Jereissati e disse que a confiança nele é inabalável. Alvaro Dias ainda advertiu que, se o Senado for fechado, em seguida lacram os veículos de comunicação e ganham os corruptos.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) relatou que as pessoas que lhe perguntaram sobre a matéria da Folha de S. Paulo, o fizeram com imenso respeito por Jereissati e sem nenhuma condenação. O parlamentar disse que é da natureza política a exposição pública das pessoas, mas que, com tempo e informação, a população é capaz de separar o joio do trigo. Ele estranhou que partidos e parlamentares da oposição tenham sido "premiados" com denúncias nos últimos dez dias.

- Entre nós e a rua há uma urgente necessidade de reconhecimento. Há uma grande confusão instalada. A natureza dessa confusão é: todos parecem ser a mesma coisa. Me lembro muito bem de uma primeira defesa feita do episódio do 'mensalão', mais ou menos assim: 'Isso é normal; é a mesma coisa; todos os partidos fazem isso'. Estava o presidente da República sentado em uma cadeira em Paris dizendo isso aos brasileiros. Não é bem assim. Tasso não se mistura, pois tem uma vida completamente limpa e, na verdade, paga para ser senador - assinalou.

Sérgio Guerra sugeriu que haja uma reação contra aqueles que querem levar o Senado e o Congresso mais para baixo, defendendo uma profunda reforma do Poder Legislativo. Ele assinalou que um Senado que reúne homens que não podem se expor, não merece a confiança popular. Sérgio Guerra afirmou que Tasso é um símbolo do que há de melhor no Congresso.

- Temos que ter a coragem de dizer que uns são assim e outros não são exatamente assim; uns servem ao Brasil e outros se servem dele; uns põem o negócio na frente da política e outros põem a política na frente de tudo de forma quase suicida, como faz muitas vezes o senador Tasso Jereissati - afirmou.

Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que é penoso para todos ver um homem digno, honesto, ético e correto ter que ir à tribuna do Senado dar uma explicação pessoal. Ele assinalou que, nesse momento de "profunda mediocridade" que vive o Senado e em um país cujo governo "também é medíocre", só é possível emprestar solidariedade a um homem de bem.



02/04/2009

Agência Senado


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