Senadores querem manter recursos para cultura



Caso a proposta de reforma tributária seja aprovada como está, alertou nesta terça-feira (9) o senador Leonel Pavan (PSDB-SC), o governo estará -cometendo um crime- contra a cultura brasileira. Durante audiência pública promovida pela Comissão de Educação (CE), ele defendeu a renúncia fiscal para a área cultural e a descentralização dos recursos, a fim de que os municípios possam receber subsídios oficiais para levar à frente os seus projetos.

O secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, observou que a reforma tributária chegou ao Congresso Nacional depois de ser pactuada com todos os governadores. Mas reconheceu que os subsídios devem ser mantidos -para o bem da cultura-. O presidente da CE, senador Osmar Dias (PDT-PR), concordou com Juca Ferreira, observando, entretanto, que o governo federal e os governadores -esqueceram de fazer o pacto com o Congresso Nacional-.

O senador Hélio Costa (PMDB-MG), autor do requerimento para a realização da audiência pública, disse ser chegada a hora de os segmentos organizados, como o cultural, deixarem de criticar o governo por não aplicar mais recursos em determinadas áreas. Ele disse que os recursos são escassos, mas que -o governo do presidente Lula é bem intencionado e está disposto a mexer nas coisas mais graves desse país-.

Já o senador João Capiberibe (PSB-AP) sugeriu que parte do imposto a ser cobrado sobre as grandes fortunas seja aplicada na cultura nas três esferas de governo. E considerou inconstitucional, a título de renúncia fiscal de incentivo à cultura, o uso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) afirmou que a ausência da renúncia fiscal tornaria praticamente inviável a cultura no país, principalmente a popular. E observou que, com a queda dos incentivos fiscais, prevista na proposta original de reforma tributária do governo, o setor cultural poderá perder cerca de R$ 170 milhões.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) defendeu a manutenção das leis estaduais de incentivo à cultura e pregou o uso de dívidas ativas nos projetos culturais. Já o senador Flávio Arns (PT-PR) assinalou que é dever do Senado alterar a reforma tributária, no sentido de defender a cultura brasileira.

A presidente do Congresso Brasileiro de Cinema, Assunção Hernandes, aplaudiu a realização da audiência pública e disse que a comunidade cultural quer uma nova lei de incentivo, que seja transparente, democratizada e regionalizada.




09/09/2003

Agência Senado


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