Senadores da CRA repudiam derrubada de pés de laranja pelo MST



Senadores que integram a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) condenaram nesta terça-feira (6), em reunião do colegiado, a derrubada, pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), de cerca de cinco mil pés de laranja da Fazenda Santo Henrique, no interior de São Paulo (SP), de propriedade da empresa Cutrale. Segundo o presidente da CRA, senador Valter Pereira (PMDB-MS), as cenas "deprimentes" transmitidas pela Rede Globo foram um atentado ao direito de propriedade e ao direito de produzir.

- Essa indignação não é pessoal, mas deve traduzir um sentimento de toda a comissão e de toda a nação brasileira - afirmou Valter Pereira.

Marisa Serrano (PSDB-MS) lembrou que todos são a favor dos movimentos sociais, mas contra "um crime de desacato à lei". A parlamentar defendeu a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST, para fiscalizar repasses de recursos do Governo e de organizações internacionais aos sem terra.

- Não é possível que se fechem os olhos para mais essa bandalheira do MST no país - reagiu Marisa Serrano.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lamentou a retirada de assinaturas de deputados do requerimento para a criação da CPI do MST, o que inviabilizou a instalação da comissão.

- Nenhum senador retirou sua assinatura. Vamos, então, fazer essa CPI aqui no Senado - sugeriu Flexa.

Para Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), "falta limites" aos militantes do MST.

- O meio rural já sofre demais. O que queremos é produção, mas com ordem. Queremos a paz social, mas com respeito a todos - observou.

Osmar Dias (PDT-PR) lembrou que a laranja não só faz parte da Mesa dos brasileiros, mas também é importante item na balança comercial do país.

- Espero que o governo de São Paulo, junto com o governo federal, tome providências para assegurar o direito de propriedade a todos os legítimos donos de terra e coíba ações como essas do MST - pediu Osmar Dias.

Mesmo se dizendo favorável à luta do MST pela melhor distribuição de terras no Brasil, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) opinou que ações como essa, de destruição de plantações, "não ajudam a própria causa, que é a realização da reforma agrária".

Já na opinião da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o agronegócio, que é responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, já enfrenta muitos problemas, não merecendo passar por esse tipo de situação.

- Ainda somos obrigados a aguentar a invasão de terras de um movimento que é financiado pelo governo. O agronegócio não merece isso. Não queremos medalhas, mas sim respeito ao direito de propriedade e proteção do Senado Federal - criticou a senadora, que também é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

06/10/2009

Agência Senado


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