Senadores de Brasil e Chile terão intercâmbio permanente



As Comissões de Relações Exteriores dos Senados do Brasil e do Chile passarão a ter reuniões periódicas para discutir o relacionamento bilateral e as questões ligadas à integração continental. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (26) por membros dos colegiados dos dois países, durante visita de cortesia feita por uma delegação chilena à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

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A proposta foi apresentada pelo presidente da comissão chilena, senador Roberto Muñoz. Ele elogiou os acordos bilaterais firmados durante a recente viagem a Brasília da presidente do Chile, Michelle Bachelet, como os de complementação energética, cooperação ambiental e de regulamentação de residência dos nacionais dos dois países. E ressaltou a necessidade de incluir o Poder Legislativo no processo de integração.

- Queremos institucionalizar o contato entre as Comissões de Relações Exteriores de nossos países, para que possamos analisar temas como os tratados de livre comércio - sugeriu Muñoz, pouco antes de convidar os senadores brasileiros para uma visita ao Senado chileno.

Em resposta, o presidente da CRE, senador Roberto Saturnino (PT-RJ), considerou a proposta "bastante interessante" e lembrou que as relações diplomáticas têm estado muito limitadas à ação dos governos. Ao final do encontro, o senador comprometeu-se a manter correspondência com seu colega chileno para estabelecer uma pauta de itens a serem tratados durante o próximo encontro, que deve ocorrer em Santiago.

A delegação chilena esteve composta por quatro senadores, dos quais dois ligados ao governo e dois de oposição. Entre os de oposição, o senador Sergio Romero observou que o Chile tem "uma só política internacional", adotada pelos dois campos políticos, e vê o mundo com "uma só perspectiva de Estado", na qual consta como muito importante a relação com o Brasil.

Igualmente de oposição, o senador Juan Antonio Coloma disse que os senadores de seu país buscam "um upgrade" nas relações entre os dois Parlamentos. Em sua opinião, apesar da aproximação econômica e cultural, ainda falta uma integração política entre Chile e Brasil. Por sua vez, o senador socialista Jaime Gazmuri previu que os dois países podem exercer um "papel estabilizador" na América do Sul e na América Latina.

- Deveríamos estar preocupados com a América Latina, pois a região não está bem nos prognósticos feitos nos grandes centros mundiais. Temos potencial e inteligência para buscar um papel mais importante no mundo e podemos adotar uma agenda ampla de cooperação em temas como energia, meio ambiente e distribuição de renda - sugeriu Gazmuri, ao recordar que os índices de distribuição de renda nos dois países encontram-se entre os piores da América Latina.



26/04/2006

Agência Senado


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