Senadores defendem continuação de mobilização por aposentados
Apesar de não haverem discursado, vários senadores que participaram da vigília em favor da aprovação dos projetos que beneficiam os aposentados fizeram questão de apartear e colaborar nas manifestações dos demais senadores, demonstrando unanimidade sobre a necessidade de uma resposta urgente para essa categoria.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou da importância da sessão da madrugada desta quarta-feira (19) no sentido de mostrar à população, em um momento em que a imagem do Congresso está negativa, a coesão do Senado.
- Repare que um ato singelo como esta sessão faz com que o povo entenda que a organização, que a unidade, que o entendimento pode conduzir a uma resposta - ressaltou.
Para Simon, o Congresso - e, de modo especial, o Senado - foi desconsiderado pelo Governo, já que o projeto do senador Paulo Paim (PLS 58/03) foi aprovado por unanimidade na Casa e, agora, há uma pressão para a Câmara derrubá-lo.
- Esse nosso gesto hoje é uma solidariedade também à Câmara dos Deputados, no sentido de darmos uma força aos nossos companheiros, aos nossos irmãos, para que eles tenham coragem. - ressaltou Simon.
Da mesma forma, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) defendeu a aprovação imediata dos projetos - relativos aos aposentados - que estão na Câmara e já foram aprovados pelo Senado, nem que para isso seja necessária a intervenção direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva naquela Casa legislativa. Ele também se disse honrado pelo fato de haver recebido tantas mensagens de solidariedade à "maratona cívica em favor de uma causa nobre". Mesquita Júnior pediu, porém, que os senadores mobilizados não se contentem apenas com o movimento desta madrugada.
- Não podemos nos dar por satisfeitos. Tem muita coisa pela frente -, lembrou o senador que sugeriu ainda que os integrantes das diversas Câmaras de Vereadores do país sejam chamados para que promovam também "uma vigília cívica em nome da causa dos aposentados".
Em apoio à idéia, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) propôs a seu colega Paulo Paim (PT-RS) que redigisse um projeto de resolução sobre o tema. O documento seria assinado por todos os senadores que participaram da vigília em defesa dos direitos dos aposentados ou que se manifestaram sobre o assunto e enviado aos presidentes de todas as Câmaras de Vereadores relatando o movimento dos senadores.
-Faço a proposta, para que eles saibam como o Senado está agindo - defendeu Tuma.
Já o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que manifestou seu apoio à causa dos aposentados, afirmou que não se pode aferir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva toda a culpa pelos prejuízos que os aposentados vêm tendo ao longo dos anos. Para ele, isso é injusto, não apenas porque o problema surgiu em governos anteriores, mas porque, em sua avaliação, Lula é o presidente que mais se preocupa com as causas sociais.
Também o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) reconheceu a sensibilidade do presidente Lula para as questões sociais, mas defendeu a aprovação urgente do projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que elimina o chamado fator previdenciário, pois, em sua opinião, esse é o projeto que mais contempla as necessidades dos aposentados.
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que a causa dos aposentados não requer radicalismos. Garantiu que a vigília, longe de ser um movimento contra quem quer que fosse, foi uma manifestação a favor daqueles que merecem a gratidão e o respeito do povo brasileiro: os aposentados.
- Os povos que não preservam o respeito aos seus quadros históricos, àqueles que têm os cabelos brancos, podem ser um ajuntamento de pessoas, mas jamais serão uma sociedade, praticando as virtudes, a serviço da Humanidade. Vivemos uma crise profunda, espiritual, moral, econômica... - lamentou Crivella
Para o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) a principal injustiça que deve ser corrigida em relação aos aposentados é aquela que não permite que, hoje, ao cumprir seu tempo de trabalho, o cidadão possa usufruir do seu direito de aposentado, conquistado pelas contribuições que pagou ao INSS durante toda a vida.
Valéria Ribeiro e Maria Lúcia Sigmaringa / Agência Senado19/11/2008
Agência Senado
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