Senadores discutem requerimentos solicitando informações sobre Eduardo Jorge



Durante a discussão dos requerimentos solicitando a órgãos do governo informações sobre a vida bancária e fiscal de Eduardo Jorge Caldas Pereira, sua esposa Lídice Coelho e outras pessoas do seu relacionamento, a senadora Heloísa Helena (PT-AL), autora de um dos pedidos, lembrou que há alguns meses o Senado aprovou proposta semelhante, no caso a solicitação de documentos sigilosos a respeito do Caso Banpara.

"Qual a diferença naquele caso em relação ao caso Eduardo Jorge?", indagou Heloísa Helena, diante da resistência dos senadores da bancada do governo em aceitar a aprovação do requerimento. Ela destacou que o mesmo relator do caso Jader, senador Bello Parga (PFL-MA), relatou os requerimentos referentes a Eduardo Jorge. Na mesma linha, o senador Tião Viana (PT-AC) comentou que não entendia as dificuldades que estavam sendo colocadas para a aprovação dos requerimentos.

- O próprio Eduardo Jorge, em depoimento no Senado, garantiu que não tinha temor de nada e estava aberto a qualquer investigação que fosse necessária - lembrou.

Por sua vez, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) criticou a forma como a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) decidiu arquivar outros requerimentos solicitando investigações sobre o caso Eduardo Jorge. Ele argumentou que os pedidos arquivados já tinham sido aprovados em reunião anterior realizada no ano passado. Diante deste fato, o líder do Bloco Oposição requereu o adiamento da votação dos requerimentos em Plenário. Depois de ouvir a argumentação do senador Geraldo Melo (PSDB-RN) de que o possível erro na CFC não impediria que matérias fossem analisadas, Dutra desistiu do adiamento.

Já o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), ex-presidente da CFC, lembrou que o caso Eduardo Jorge foi arquivado após investigação detalhada da comissão. Ele enumerou que foram realizadas audiências públicas, analisados documentos e nada foi provado. "Em mais de dois anos não se encontrou nada", afirmou. O senador Artur da Távola (PSDB-RJ), depois de comentar que o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, e a vice-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, ambos filiados ao PT, estão sendo vítimas de acusações infundadas, concluiu que a situação de Eduardo Jorge é exatamente igual.

O senador Ademir Andrade (PSB-PA) disse que comparar Olívio Dutra e Benedita da Silva com Eduardo Jorge não faz sentido nem tem lógica. "Contra Olívio e Benedita não se levantaram três procuradores da República, o Ministério Público de Goiás e toda a mídia nacional para denunciar um escândalo", comparou. O senador Romero Jucá (PSDB-RR) rebateu que "se há diferença entre eles é que Olívio é acusado há apenas 15 dias, e Eduardo Jorge foi por mais de dois anos e não se conseguiu nenhuma prova".

Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a aprovação dos requerimentos seria uma maneira de dirimir todas as dúvidas a respeito de Eduardo Jorge. "Há dois anos, o próprio Eduardo Jorge vem solicitando ao Congresso que acabe com todas as dúvidas a respeito dele", argumentou. Último a debater o assunto, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) observou que durante toda a investigação Eduardo Jorge contou com a proteção das lideranças dos partidos da base do governo.

31/10/2001

Agência Senado


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