Senadores e indicados a cargos na Ancine discutem necessidade de ampliar número de cinemas no país



"Estamos convencidos de que é preciso ampliar radicalmente o número de salas de cinema no Brasil, levando-as, por meio de empreendedores privados, a todas as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e situando-as em locais de grande circulação da população de classe C". A afirmação foi feita nesta terça-feira (19) pelo presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel Neto, na ocasião da apreciação de sua recondução ao cargo, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Em sua exposição, Rangel lembrou que desde 2005 a agência tem apoiado os cinemas de uma e duas salas com recursos do Prêmio Adicional de Renda, apoiando a manutenção das salas e programas de formação de público. Informou ainda que em 2008 a Ancine realizou uma grande campanha promocional de valorização do filme brasileiro e de estímulo à frequência às salas de cinema, tornando o filme nacional mais acessível a todos.

Glauber Piva Gonçalves, indicado a um cargo de diretor da Ancine, criticou a falta de interesse pelo filme nacional. Segundo ele, do total de pessoas que foram ao cinema em 2008, apenas 10,16% assistiram a um filme nacional. Para ele, não existe resposta única para essa realidade, mas um dos principais problemas apontados é o fato de o Brasil, com quase 200 milhões de habitantes, ter apenas 2.278 salas de cinema distribuídas em 409 municípios.

- A relação, portanto, é óbvia: o crescimento do número de salas não acompanhou o incremento na produção de obras, tornando difícil o lançamento e a permanência em cartaz de filmes brasileiros. Esse é um gargalo que a Ancine apenas começa a enfrentar - disse Glauber Piva.

Já Paulo Xavier Alcoforado, que também é indicado a uma vaga de diretor da Ancine, afirmou que "a ampliação do acesso à população brasileira ao cinema passa pelo aperfeiçoamento do provimento de conteúdo ao consumidor final, através de ações de mercado e de políticas voltadas aos veículos de acesso não-condicionado".

- A novidade é o surgimento dessa nova classe C que inspira e desafia a ampliação desses segmentos de mercado - afirmou, referindo-se aos mercados de exibição cinematográfica e de distribuição de vídeo doméstico.

Senadores

"No Brasil, a produção de filmes aumenta e o número de cinemas diminui. Essa é uma contradição que vai levar ao fracasso em algum momento". A observação foi feita pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), depois de ouvir as exposições dos especialistas em audiovisual a respeito do mercado cinematográfico brasileiro.

Já o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) mostrou-se preocupado com o fato de as salas de cinema estarem se proliferando apenas em grandes centros comerciais, em detrimento de outros ambientes urbanos.

Para Flávio Arns (PT-PR), o ambiente escolar é o ideal para se estimular o jovem a frequentar e a valorizar mais a ida ao cinema.



19/05/2009

Agência Senado


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