SENADORES PROPÕEM ISONOMIA COM SÃO PAULO
No encaminhamento da votação da rolagem da dívida da prefeitura de São Paulo, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) fez um alerta aos relatores dos projetos referentes à rolagem das dívidas de outros municípios e estados sobre a necessidade de o Senado assegurar a eles o mesmo tratamento dado a São Paulo: refinanciamento por 30 anos. Ele anunciou que, se prevalecer "o privilégio para São Paulo", apelará à bancada de Santa Catarina e ao próprio governador do estado para que reivindiquem o mesmo direito. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) adiantou que não reivindicará para Alagoas o que considera uma "isonomia imoral", que legitima os ilícitos praticados com títulos para pagamento de precatórios. Ao comunicar seu voto contrário à rolagem da dívida paulistana, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) também considerou que um tratamento isonômico seria "mais simpático", por parte da equipe econômica. Ele disse estranhar, ainda, que a prefeitura de São Paulo, mesmo sem pagar sua dívida com a União, não esteja sofrendo nenhuma retaliação. Quando governador, afirmou, se não pagasse as dívidas de Goiás, o governo federal teria retido os recursos em Brasília. O senador Amir Lando (PMDB-RO) considerou que, por ser impossível esquecer os ilícitos da Prefeitura de São Paulo, o Senado não deveria "convalidar uma conduta moralmente reprovável". Ele, pessoalmente, registrou seu voto contrário. Admitindo constrangimento, o senador Pedro Piva (PSDB-SP) anunciou seu voto favorável à rolagem da dívida paulistana. Ele fez questão de destacar que a votação envolvia a dívida do "município" de São Paulo, e não do "estado de São Paulo, que é governado por um homem de bem (Mário Covas), que paga seus impostos".
02/05/2000
Agência Senado
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