Senadores rejeitam mudanças no horário de "A Voz do Brasil"



A -Voz do Brasil- continuará a ser transmitida das 19h às 20h e manterá o seu formato atual, com a difusão de notícias dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na reunião desta quarta-feira (11) da Comissão de Educação (CE), os senadores rejeitaram, por unanimidade, parecer do senador Lindberg Cury (PFL-DF) favorável a projeto do senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) que pretendia flexibilizar o horário de transmissão do programa e reservar 10 minutos de -A Voz do Brasil- para divulgação de informações de caráter local.

Como tramitou em caráter terminativo, a matéria vai para o arquivo, exceto se houver recurso apresentado por no mínimo um décimo dos senadores para que seja submetida ao Plenário do Senado. O projeto propunha a ampliação do horário de transmissão do programa para o período compreendido entre as 19h e as 22h e admitia a possibilidade de até 10 minutos da programação serem transmitidos no período normal da programação, compreendido entre as 8h e as 18h, em pequenos segmentos de informação.

No debate sobre a proposta, Amir Lando (PMDB-RO), dizendo-se -homem dos confins-, relatou que, às margens do rio Formoso, sem qualquer habitante num raio de 50 km, os acordes de -O Guarani- (ópera de Carlos Gomes utilizada na abertura do programa) -balançam os corações-. Nesse momento, afirmou, -sente-se a emoção de ser brasileiro-.

Marina Silva (PT-AC) contou que seu pai ficou atento a pronunciamento de Emílio Garrastazu Médici, quando este assumiu a presidência da República, aguardando alguma notícia - que não veio - sobre o preço da borracha. -Era esse o instrumento que ele tinha para sonhar-, recordou. A senadora foi contra a reserva de um espaço no programa para notícias locais, afirmando que sobraria pouco tempo para a divulgação de informações consistentes, e disse que a flexibilização do horário dificultaria a fiscalização das emissoras.

Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) afirmou que ouvir -A Voz do Brasil- é algo que está incorporado à cultura brasileira, sobretudo na zona rural. O programa, acrescentou, permite à população entender o processo político do país. Tanto Juvêncio quanto o orador seguinte, Nabor Júnior (PMDB-AC), observaram que as emissoras de rádio vêm tentando acabar com -A Voz do Brasil-. Nabor alertou para a possibilidade de uso político do programa, se houvesse um espaço para notícias locais. Já Emilia Fernandes (PT-RS) disse ser preciso estimular o povo a ouvir mais -A Voz do Brasil-.




11/12/2002

Agência Senado


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