Senadores repudiam ofensas de coordenador da UFBA ao povo baiano



Parlamentares da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e a bancada dos senadores da Bahia repudiaram, nesta quarta-feira (30), declaração do coordenador da Escola de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Antônio Dantas, que atribuiu a baixa nota obtida pelo curso no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) ao "baixo QI dos baianos".

Na entrevista, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo desta quarta, Antônio Dantas afirmou, entre outras coisas, que o berimbau, instrumento utilizado na capoeira, consegue ser tocado pelos baianos "porque tem uma corda só".

O debate foi suscitado pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que considerou o fato "puro preconceito e pura discriminação racial", e a afirmação do coordenador de Medicina da UFBA, "ofensiva, preconceituosa, e desrespeitosa com o povo brasileiro". Ele e o senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a CDH, apresentaram voto de repúdio em nome da comissão. Paim também manifestou solidariedade ao povo baiano.

- Racismo é crime, não prescreve e ele precisa ser processado - disse Paim.

Em nome da bancada baiana, o senador César Borges (PR-BA) apresentou requerimento de voto de censura às declarações do coordenador. Também considerou inadmissível a atribuição do mau desempenho da Escola de Medicina da UFBA ao coeficiente de inteligência dos alunos. O curso obteve nota 2 no conceito Enade e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), em uma escala de 1 a 5.

- A declaração ofende aos baianos, aos brasileiros e a todos nós que queremos um país igualitário em todos os sentidos - avaliou César Borges.

Já Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) considerou a afirmação revoltante e exigiu do reitor da UFBA, Naomar Almeida, a demissão imediata do coordenador.

- Ele foi racista e preconceituoso, se eximindo das responsabilidades do curso que ele coordena, do mau desempenho aferido durante o Enade - declarou.

Os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Mão Santa (PMDB-PI) e Serys Slhessarenko (PT-MT) também se associaram às manifestações. Serys aproveitou a oportunidade para parabenizar o curso de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso, que foi uma das seis universidades a tirar nota máxima na avaliação



30/04/2008

Agência Senado


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