Sérgio Amaral diz que o Brasil está se preparando para a guerra comercial



O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, disse nesta terça-feira (16) que o Brasil está se preparando para enfrentar com destemor a guerra comercial que está sendo iniciada em todo o mundo pelas nações desenvolvidas. Ao alinhar as medidas que estão sendo cogitadas nessa -guerra-, o ministro admitiu que o governo brasileiro poderá abrir, de imediato, várias frentes em sua defesa comercial. O país poderá recorrer ao aumento das tarifas nas importações brasileiras, a reclamações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), à coibição mais firme de práticas desleais, como o dumping, ao monitoramento das importações de aço feitas pelo Brasil e à imposição de cotas de importação e de sobretaxas, disse.

Somente as últimas medidas protecionistas anunciadas em março último pelo governo norte-americano, segundo Sérgio Amaral, vão provocar um prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão nas exportações brasileiras de aço. O ministro traçou um roteiro completo da estratégia de defesa que será adotada pelo Brasil e listou ainda as principais restrições enfrentadas hoje pelos produtos brasileiros nos mercados dos países mais ricos do mundo.

Em resposta à guerra comercial deflagrada no mundo pelos Estados Unidos, o ministro afirmou que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Brasil já adotou um controle aduaneiro das importações de aço feitas pelo país, para identificar com a antecedência necessária a possibilidade de um aumento significativo das importações, já que cerca de 16 milhões de toneladas de aço, sem acesso ao mercado norte-americano, deverão estar buscando outros mercados alternativos, entre eles, o brasileiro.

Como resultado desse monitoramento adotado pelo governo brasileiro, Sérgio Amaral disse que as importações brasileiras de aço já tiveram uma queda de 31% em março último, em relação à média mensal do ano passado. O ministro não descartou, contudo, a adoção de salvaguardas que possam tomar a forma de elevação tarifária e/ou imposição de cotas de importação, de modo a melhor proteger a indústria siderúrgica local.

Sérgio Amaral acenou, também, para uma possível imposição de direitos compensatórios contra importações que recebam subsídios em seus países de origem, que seriam adotados por meio da imposição de uma sobretaxa às importações feitas pelo Brasil.- Dei orientação clara à Secex para que proceda com todo o rigor e presteza na instrução dos processos e na adoção de medidas cabíveis de defesa comercial, pois não é justificável que, além das restrições à exportação, a indústria siderúrgica brasileira sofra uma concorrência desleal em nosso mercado - frisou Sérgio Amaral.

Segundo o ministro, o governo brasileiro está preparado para enfrentar o século XXI, que, segundo ele, será palco de uma guerra econômica em que estão em jogo empregos e salários, vinculados ao aumento da produção e das exportações. Para Sérgio Amaral, o Brasil é hoje um país competitivo e que avança ainda mais nesta direção, ao promover importantes reajustes internos que garantem a estabilidade monetária e o aumento da produtividade.

Ele lamentou que os países desenvolvidos não façam aquilo que pregam no âmbito comercial, denunciando ainda que a nova legislação agrícola dos Estados Unidos (Farm Bill) vai carrear subsídios que podem chegar a US$ 170 bilhões.





16/04/2002

Agência Senado


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