Sérgio Amaral prevê guerra comercial e diz que Brasil está preparado



O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, disse nesta terça-feira (16), no Plenário do Senado, que o Brasil está se preparando para uma guerra comercial iniciada no mundo pelos países desenvolvidos, e uma das armas poderá ser o aumento das tarifas das importações brasileiras. Sérgio Amaral falou aos senadores atendendo a requerimento de Paulo Hartung (PSB-ES) e Romero Jucá (PSDB-RR).

O ministro disse que o Brasil irá atuar em várias frentes, além da possibilidade de aumento das tarifas para produtos importados: reclamações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), imposição de cotas de importação e sobretaxas e combate mais firme a práticas desleais, como o dumping . Sérgio Amaral acrescentou que as últimas medidas protecionistas adotadas em março pelos Estados Unidos já custaram ao Brasil perdas de US$ 1 bilhão nas exportações de aço. Os Estados Unidos lideram a relação dos países desenvolvidos que adotam restrições a produtos brasileiros, vindo a seguir a União Européia e o Japão.

O senador Paulo Hartung criticou as declarações do secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Roberto Gianetti da Fonseca, que afastou a possibilidade de imposição de sobretaxas a produtos importados, como represália brasileira a restrições impostas a produtos nacionais. Sérgio Amaral disse que se trata de uma opinião pessoal de Gianetti da Fonseca. O vice-líder do governo, senador Romero Jucá, disse que as sobretaxas a produtos importados devem ser adotadas caso a caso, sem lei específica - o senador argumentou que uma sobretaxa imposta por lei exigirá, para ser revogada, uma outra lei.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu o recurso à Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos; o senador José Jorge (PFL-PE) pediu medidas mais duras em defesa do produto e do mercado nacionais, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu a presença de representantes de trabalhadores nas negociações sobre as medidas a serem adotadas pelo Brasil em relação às sobretaxas norte-americanas ao aço brasileiro.



16/04/2002

Agência Senado


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