Sérgio Guerra considera "apavorantes" números da disseminação da dengue no Brasil
O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) alertou nesta terça-feira (8) para os números mais recentes da disseminação da dengue no Brasil, que considerou "apavorantes". Ele mencionou em particular a situação de Fortaleza, Maceió, Recife, Rio de Janeiro - "de forma calamitosa" - e Belo Horizonte.
- É estranho que um país que se insere no contexto internacional de forma relevante, e que tem, como o Brasil diz que tem, como prioridade o povo, permita a disseminação de uma doença como a dengue no padrão que atinge a parcelas já importantes da população brasileira - disse Sérgio Guerra.
Como, na opinião do senador, não há como "responsabilizar a natureza pela dengue", ele atribuiu a epidemia à falta de uma política competente na área da saúde.
Em resposta às críticas de Sérgio Guerra, a líder do Bloco, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), comparou o quadro da dengue no Rio de Janeiro, onde há epidemia, com o da cidade de Niterói, localizada do outro lado da Baía de Guanabara, onde o quadro é tranqüilo. Niterói é governada por Godofredo Pinto (PT) e o Rio, por César Maia (DEM).
- Quais foram as medidas tomadas em Niterói que permitiram que a situação não tivesse a gravidade que nós temos hoje no município do Rio de Janeiro? - indagou Ideli.
Em resposta a Ideli, Sérgio Guerra alertou para o risco de "partidarizar os mosquitos":
- Não devemos municipalizar os mosquitos, separá-los pela Baía da Guanabara. Acho que é um risco partidarizar os mosquitos: mosquito do DEM, mosquito do PT, mosquito do PSDB. Acho que nessa luta nós devemos enfrentar os mosquitos em conjunto - respondeu Sérgio Guerra.
Em referência ao debate, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) informou que apresentara na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) requerimento pedindo a realização de audiência pública para que sejam ouvidos o prefeito do Rio de Janeiro; o ministro da Saúde, José Gomes Temporão; e o secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Luiz Côrtes da Silveira.
- Nós colocamos o Rio de Janeiro, não por motivos políticos, mas porque lá há um caso de calamidade pública - justificou Valadares.
Segundo ele, os setores técnicos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram que há epidemia quando um município é atingido de forma tão violenta quanto o Rio de Janeiro, com cerca de 300 casos por cada 100 mil habitantes.
08/04/2008
Agência Senado
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