Sérgio Guerra diz que governo não tem capacidade para gerenciar PAC



O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse, nesta terça-feira (23), à Agência Senado, que o governo não tem capacidade nem organização para gerenciar um programa da magnitude do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Para o senador, em primeiro lugar, o PAC, anunciado pelo governo nesta segunda (22), traz apenas boas intenções, não é um projeto pronto. Em segundo lugar - fato mais grave, segundo Guerra -, faltam capacidade gerencial, organização e liderança capazes de transformar as intenções em projetos e, posteriormente, em realizações.

A base política do governo conduz a crises e não a soluções, afirmou, e o PAC precisará da base política, primeiramente, para ser aprovado no Congresso. Sérgio Guerra comentou que há evidências de todos os tipos no governo para demonstrar a falta de gerenciamento e "notória incapacidade para resolver problemas".

Citou a crise vivida atualmente pela aviação, já apelidada de apagão aéreo, e os problemas nos aeroportos, que continuam sem solução, e disse temer um provável apagão na área de energia no futuro, caso não se resolvam as pendências desse setor.

Sérgio Guerra observou ainda que desenvolver propostas para destravar o crescimento e desenvolver o país é saudável. Nesse sentido, o PAC é uma boa iniciativa. O problema, como frisou, é a capacidade para colocá-lo em prática e gerenciá-lo.

Mas, quanto às próprias intenções contidas no PAC, Guerra comentou que faltaram, por exemplo, medidas na área previdenciária, no sentido de enfrentar o déficit desse setor. Pelo programa anunciado pelo governo, não haverá uma reforma da Previdência neste segundo mandato. Será criado apenas um fórum para discutir a melhoria do modelo previdenciário e, se houver, durante essa discussão, uma decisão por nova reforma, esta ficará para o próximo governo.

Outra reparação feita pelo senador foi sobre a questão das agências reguladoras. A intenção do governo, de acordo com o PAC, é criar marcos legais para saneamento básico e gás natural. Guerra disse que também tem dúvidas quanto à intenção do governo de colocar as agências reguladoras para funcionar.



23/01/2007

Agência Senado


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