Serys apresenta projeto para cooperativas operarem com recursos do FAT



Ao comentar que não existem motivos para os produtores cooperativados terem de buscar recursos exclusivamente em bancos públicos, como o Banco do Brasil, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) informou nesta quinta-feira (7) que apresentou projeto para que os bancos cooperativos sejam autorizados a receber recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para fins de concessão de crédito rural.

- Nos novos tempos não mais há espaço para reserva de mercado, ainda mais se essa prerrogativa deixa de traduzir-se em benefício ao cliente. Razões não faltam para que tal pleito seja prontamente atendido, promovendo-se imediatamente as adequações na legislação que conferem monopólio aos bancos oficiais - afirmou Serys.

Na avaliação da senadora pelo Mato Grosso, as cooperativas de crédito e os bancos cooperativos têm longa e consolidada tradição no crédito rural, atividade na qual vêm operando com recursos públicos desde a criação das fontes oficiais de financiamento agropecuário. Ela registrou que, atualmente, estas instituições operam com todas as linhas de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos bancos regionais de desenvolvimento, mas não trabalham ainda com recursos do FAT.

Serys Slhessarenko acrescentou que 95% dos associados das cooperativas de crédito rural são micro e pequenos produtores rurais e, por este motivo, estariam legitimadas a repassar o dinheiro gerido no âmbito do FAT. A senadora disse ainda que não entende por que tais entidades, que são proprietárias dos destinatários dos recursos e que são especializadas em crédito rural, ainda não foram autorizadas a ter acesso direto a estes recursos financeiros públicos.

Municípios

No início do seu pronunciamento, Serys Slhessarenko considerou intempestiva a mobilização de determinados grupos de prefeitos que estão justificando uma situação de emergência para falar em greve. Apesar de reconhecer que existem dificuldades, ela salientou que os problemas não foram gerados no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

- Essa é a famigerada herança maldita que eu sempre falo: o desemprego, a falta de condição de saúde, de educação, habitação e as estradas completamente intransitáveis. Durante oito anos aprontaram, e agora querem que a gente resolva tudo correndo. Vamos resolver sim, mas cada um deve assumir sua responsabilidade, e não ficar achando que a culpa é dos que estão chegando agora - afirmou.

Em aparte, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) declarou que a herança maldita do governo Fernando Henrique Cardoso está sendo o governo Lula. Ele também justificou que o governo anterior foi impedido de aprovar reformas estruturais por mecanismos regimentais utilizados pelo PT. Pavan também pediu que o governo atual reconheça que foi graças aos votos de deputados do PSDB e do PFL que a reforma da Previdência foi aprovada na Câmara.



07/08/2003

Agência Senado


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