Serys propõe comissão para discutir reforma política sob a ótica da participação feminina



 Na presidência da sessão especial de celebração do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (7), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirmou que propôs ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a criação de comissão especial mista para debater a reforma política sob a ótica da participação feminina. A senadora afirmou que enquanto houver discriminação - desde a diferença salarial pelo mesmo trabalho até a participação desproporcional no campo da política institucional - haverá razões para a luta pelos direitos da mulher.

- Nada, absolutamente nada, justifica a exclusão das mulheres no debate de temas tão fundamentais, a começar pela ampliação de sua participação política nos partidos, nas Casas Legislativas, nas instâncias do Judiciário e do Executivo, na composição das Mesas Diretoras do Legislativo - declarou a senadora.

Serys acrescentou que tal luta se nutre da convergência e do congraçamento de mulheres e homens comprometidos com a plenitude da Justiça e dos valores democráticos.

- Quem ousaria imaginar, há cinqüenta anos ou pouco mais, que mulheres assumiriam a chefia de Estado e de governo ou que estivessem no comando de poderosos Parlamentos? Hoje, o que cada vez mais se mostra normal e natural, antes seria impensável. Nenhuma dessas conquistas se deu por acaso. Uma após outra, todas elas foram fruto do esforço desmedido, da incansável disposição para enfrentar desafios e correr todos os riscos - declarou Serys.

A senadora pelo estado de Mato Grosso afirmou que o estágio atual dos direitos das mulheres foi conquistado em um longo, difícil, complexo e contraditório processo histórico. Ela citou a entrada em vigor, no Brasil, da Lei Maria da Penha como um fato simbólico desse processo.

- Superar a mancha de uma sociedade patriarcal, essencialmente masculina, antidemocrática e opressora, estruturada logo nos primeiros tempos da colonização, foi - e é - luta de gigantes. Luta que se tornou imperiosa nos mais diversos setores da vida pessoal e social, a envolver o lar, o ambiente de trabalho, o acesso à educação e, o mais simbólico de todos, a entrada no até então inacessível mundo da política, espaço tradicional de exercício do poder masculino - argumentou a senadora.



07/03/2007

Agência Senado


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