Serys quer proteção a testemunhas e combate a crime organizado no Mato Grosso



O depoimento prestado à Polícia Federal pelo empresário Nilson Roberto Teixeira, acusado de envolvimento com o crime organizado em Mato Grosso, levou a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) a reivindicar nesta segunda-feira (23) um programa profundo e sério de proteção à testemunha.

- Só assim será possível desvendar os crimes por encomenda e de colarinho branco no país - afirmou.

Nilson Teixeira, que aderiu ao programa de proteção à testemunha, administrava factorings (empresas que compram notas promissórias e cheques e recebem os mesmos como garantia de empréstimos) do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, o -Comendador-, que responde a inquéritos por lavagem de dinheiro, contrabando de armas e exploração de jogo ilegal.

De acordo com Serys, existe hoje em Mato Grosso um movimento envolvendo juízes, procuradores de justiça e policiais voltado para o desmonte do crime organizado no estado. Com base em reportagens recentes do jornal Folha de S. Paulo, a senadora petista comentou que as ilegalidades patrocinadas pelo -Comendador- encontram amparo em um poderoso esquema político-econômico, que envolveria políticos de renome na lavagem de dinheiro para fins eleitorais.

No rol de crimes atribuídos a João Arcanjo também figura, conforme Serys, a acusação de ter encomendado o assassinato do jornalista Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, em 30 de setembro de 2002. A senadora lembrou que a publicação combatia com determinação o crime organizado e colidia de frente contra essa prática.

CPI

Integrante da comissão mista parlamentar de inquérito criada para investigar a remessa ilegal de US$ 30 bilhões para o exterior via agência do Banestado em Nova York, Serys acredita que essa CPI propiciará a descoberta de muitos casos ligados à lavagem de dinheiro no país. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) também confidenciou, em aparte, ter ficado perplexo quando, em visita a Mato Grosso, testemunhou a reverência da sociedade local à figura do -Comendador-. -Tive a impressão de ser uma pessoa benquista. Só depois soube do escândalo-, comentou.



23/06/2003

Agência Senado


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