Serys: sociedade precisa quebrar visão conformista sobre discriminação



Em sessão para lembrar a todas as vítimas de discriminação e preconceito na sociedade brasileira, realizada nesta sexta-feira (19), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que presidiu o evento, afirmou que o momento é de reflexão sobre a desigualdade social como marca fundamental da sociedade brasileira.

- Essa desigualdade social fomentou certa cultura da desigualdade, ou seja, haveria a percepção de que a desigualdade social é algo inerente ao Brasil. Pior: a percepção de que tal desigualdade seria aceitável e não haveria o que fazer; de que as coisas são assim e não há problema que continuem a sê-lo - alertou a senadora, a primeira a discursar da tribuna.

Para a senadora pelo PT, tais crenças levaram à aceitação das desigualdades, bem como sua continuidade e disseminação. Segundo ela, essa discriminação não ocorre apenas com negros e pessoas pobres. Ocorre também, conforme explicou, com mulheres de todas as classes sociais, pessoas com deficiência física ou mental, idosos, presidiários, índios e muitos outros.

Para reduzir o preconceito e inserir socialmente milhões de discriminados na sociedade, Serys defendeu a ampliação de programas de distribuição de renda e do acesso à educação de qualidade e à saúde, mas destacou que esses programas não são suficientes.

- É preciso algo a mais, é preciso uma reviravolta cultural em nossas relações sociais - afirmou a senadora, para quem essa reviravolta precisa ir além da inclusão econômica, passando "por aquilo que se pode qualificar de cidadania para todos os brasileiros", disse.

Sessão 

A sessão desta sexta-feira (19) foi solicitada por Paulo Paim (PT-RS), em homenagem ao Dia da Consciência Negra e de solidariedade a vítimas de preconceito e discriminação. Como neste sábado (20) se comemora o Dia da Consciência Negra e o Dia de Zumbi dos Palmares, o parlamentar buscou estender a comemoração aos demais grupos que atualmente sofrem preconceito e discriminação.

A Mesa da sessão foi composta por Ivonete Carvalho, representando a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Sepir); Paulo Cesar Jardins, delegado da Polícia Civil do Rio Grande do Sul; Marlete Queiroz, representante de comunidades ciganas; Moacir Roberto Tesch Ausvald, representando as Centrais Sindicais; Varley Martins Gonzáles, da Confederação Brasileira dos Aposentados; Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais; e a representante da Comunidade Judaica Adriana Dias.



19/11/2010

Agência Senado


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